quinta-feira, 5 de abril de 2012

Meu Pós-Parto...

O nascimento é um rito de passagem do mundo das águas para o mundo do “ar”. É interessante pensar que apesar da sensação corporal ser de leveza nas águas, é com a leveza do ar que descobrimos como podemos ser pesados.

Foram assim, para mim, estes últimos dias. Após a inauguração do Espaço Nascente, fui destruído por um quadro respiratório com muita tosse, mal estar e muco. Entrar no mundo do ar nem sempre pode ser fácil. Aprender a respirar. Aprender a se oxigenar.

Caí de cama com uma gripe terrível. Muita tosse, dores no corpo e muita mucosidade. Entrar no mundo do ar pode não ser sempre fácil. Afinal, temos que aprender a respirar.

Foi assim que me senti. Como se meu corpo estivesse em luta com o ar e se recusasse a se entregar. E produzisse muco, líquidos, como um apego ao mundo das “águas”. E vinha a tosse. Uma briga interna, buscando posicionar-me no aqui e agora.

Lembrei dos bebês que ao nascer, apresentam desconforto respiratório. Lembrei dos bebês que pequenos ainda são acometidos por dificuldades respiratórias de gravidades variadas, vivendo este mesmo conflito. A qual mundo pertenço? Em que meio estou?

Veio à febre, o elemento “fogo” apareceu. Grande agitação... Delírios febris!

A força transformadora do fogo, desorganizando meu esquema corporal para, depois, encontrar novo equilíbrio.

O muco vai se tornando espesso, se solidificando. Surge o elemento “terra”. E, assim, o conflito vai se resolvendo. Mesmo pesado, na leveza do ar, fico em paz com o respirar. A vida vai ficando melhor, mais aérea, mais água, fogo e terra...

Obrigado,

Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá.