segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amamentação - Mudando Futuro

Adriana, mãe do Enzo.
A Amamentação (que cunha um novo paradigma não consumista, de abundância focada em quanto basta a cada momento, de manutenção de vínculos, etc.) serve de base para a transformação do mundo em que vivemos.

Crianças não amamentadas também podem perceber estes conceitos, mas não trazem registros corporais da experiência vivida.

Numa época onde se fala de fome e de pobreza em vários cantos do planeta, tanto os que vivem na abastança como os que vivem na penúria necessitam de um novo modo de viver. Uns para viverem menos cumulativamente e outros para deixarem de tentar sobreviver e passarem a viver dignamente.

Se acreditarmos que basta termos agora o que necessitamos e que não é preciso acumular e nem desperdiçar, já estaremos caminhando mais próximos ao respeito ecológico e da diversidade. Nem todos precisam das mesmas coisas e nas mesmas proporções para estarem bem. Também estaremos mais respeitosos quanto ao trabalho de cada dia, à pressa e ao desfrute do que produzimos.

Com certeza estaremos trabalhando mais ordenadamente e levando em consideração os limites do nosso organismo, usufruindo dos resultados deste trabalho e vivendo o prazer de estar vivo, de conhecer o mundo que nos cerca e suas maravilhas, aproveitar os momentos de amor e da família, desfrutar da arte e desenvolver a própria criatividade... aproveitar a vida plenamente.

A Amamentação é o início desta jornada, renovação de contato, fonte de nutrição.

Apenas mães e bebês são capazes de executar esta prática, mas pais, irmãos, avós e toda a família participa e está comprometida com ela, contaminada pelo afeto gerado e responsáveis pela proteção e apoio deste ato que gera a transformação do Futuro (texto registrado).

Fonte: http://www.amigasdopeito.org.br/?p=1549

Este texto e outros similares saíram no Boletim das Amigas do Peito “Peito Aberto” há anos atrás – Outubro/2006. (Figurinha Carimbada, Amamentação novo paradigma nas mobilizações sociais). Beijos ML

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Programação especial para celebrar Semana Mundial de Aleitamento Materno – SMAM 2012


Espaço Nascente oferece programação especial para celebrar
Semana Mundial de Aleitamento Materno – SMAM 2012

Dia 4/8, sábado, espaço realiza slingada e fraldada com outras atividades gratuitas para bebês, mães, pais e famílias. No dia, serão arrecadados slings usados para doação.  
  
Há 20 anos, todos os anos, na primeira semana de agosto, é celebrada a Semana Mundial de Aleitamento materno (
http://worldbreastfeedingweek.org/). Este ano, a SMAM acontece de 1/8 a 7/8, celebrada em diversos lugares do mundo, por milhares de pessoas e instituições com o tema “É hora de agir depois de 10 anos de Estratégia Global (GS) e de 20 anos de SMAM!”.

O Espaço Nascente (
http://espaco-nascente.blogspot.com.br/) entende a importância de comemorar esta semana e vai realizar, no sábado, dia 4/8 uma série de atividades de promoção ao aleitamento. “O Espaço marca presença no calendário global e vai oferecer atividades gratuitas para mães, pais, bebês e crianças, todas relacionadas com a importância do aleitamento, que é nutrição, mas é também afeto e comunicação”, explica Andrea Santos, gestora do espaço, que é fonoaudióloga e especialista em aleitamento materno pelo International Board Certified Lactation Consultants.

A celebração acontece no dia previsto para a slingada, que é realizada no espaço sempre no primeiro fim de semana de cada mês. Esta tem um caráter social ligado à semana. “Faremos uma campanha para doação de slings usados e durante a semana, visitaremos um posto de saúde para conversar sobre amamentação com mães e gestantes”, explica Andrea.

Rosangela Alves, da Sampa Sling (
http://www.sampasling.com.br/) e promotora das Slingadas afirma que o evento será ainda mais especial. "É um prazer imenso realizar uma slingada especial para celebrar a SMAM. Slings e aleitamento têm tudo a ver! Os carregadores de bebês mantem as mães e os bebês amarradinhos, facilitando o vínculo tão necessário para uma boa amamentação. Além disso, existe uma questão prática, pois eles são ótimos facilitadores de colo e do aleitamento, com aconchego e discrição até para lugares públicos". Junto com a slingada, será também realizada a fraldada (fraldada.blogspot.com.br).

Massagem, música e florais

As atividades previstas vão desde vivências de shantala (massagem para bebês) a experiências musicais e palestras e bate-papos com especialistas. A programação foi pensada para que todas as atividades tenham alguma relação com o tema da amamentação. "Massagear nossos bebês nos mantém conectados, auxiliando em todos os aspectos de relacionamento entre mãe e bebê. Por isso, podemos dizer que o contato através da massagem também facilita a amamentação", explica Priscila Castanho, da Abraço Materno (
http://abracomaterno.blogspot.com.br/) e colaboradora do espaço, responsável pela vivência de Santala que será oferecida no dia 4.

A psicóloga e especialista em pós-parto Cristina Toledano (cristoledano.blogspot.com) vai conduzir um bate-papo sobre a relação entre as emoções e o ato de amamentar. “A amamentação tem tudo a ver com o que sentimos. O que sentimos facilita, dificulta, ou até compromete a amamentação, mas muita gente não sabe disso. Seja nas primeiras semanas do bebê, seja com o bebê maior, identificar esses sentimentos ajuda a cuidar das dificuldades. Mas, identificar o que sentimos é um desafio... No bate-papo faremos isso, em grupo, pois ouvir outras experiências é ver que não se está sozinha nesse barco!”, conta Cristina.

Cantar e amamentar também estão relacionados, como afirma Isadora Canto, do projeto Acalanto (
http://www.projetoacalanto.com.br/), que promoverá uma vivência no sábado. "O Acalanto promove através da música o fortalecimento do vínculo afetivo e a fluidez na comunicação entre mãe e filho desde a barriga. A música é uma espécie de massagem para o bebê desde quando está dentro do ventre e também promove a entrada gradual da mãe no vasto e rico universo infantil. Por isso, podemos dizer cantar auxilia no processo de preparação para o aleitamento, quando mãe e bebê devem estar totalmente conectados. E também é extremamente benéfico, por ser tranquilizante para ambos, durante o ato de amamentar", explica a cantora e compositora que criou uma canção para o ato de amamentar em seu CD Vida de Bebê.

Já Edsangela Holanda (http://teatroemusicaparabebes.blogspot.com.br/), responsável pela atividade musical com bebês do dia 4 afirma que a voz da mãe é especial. “Pesquisas revelam que o bebê ativa o hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pelas habilidades motoras, quando escuta a voz materna, e o hemisfério direito também é ativado, na área do reconhecimento de voz. Ou seja: musicalização e amamentação é certeza de elo fortalecido!”, diz.

A fisioterapeuta, acupunturista e doula Laysa Duch vai conduzir uma oficina sobre florais. "Somos feitos de energia, sendo esta responsável por todo o funcionamento do nosso organismo, nosso bem estar depende disso. Mas para olhar dentro de si e encontrar nele a resposta que se procura, muitas vezes precisamos de uma ajudinha, todas as respostas estão dentro de nós e foi acreditando nisso que o Dr. Edward Bach criou os Florais de Bach essências de flores, que fazem "aflorar" nossos sentimentos, nos mostrando os caminhos a serem trabalhados, tranquilizando nossos medos e nos fortalecendo para a vida”, explica ela , falando também da atividade e da relação com a amamentação. “Quando falamos de amamentação, como não falarmos de emoções, estas que se não forem bem trabalhadas podem sim atrapalhar este momento único e mágico? Será sobre isso nosso bate papo: como as flores podem ajudar na amamentação? No final faremos uma essência floral para levarmos para casa”, explica.

Mais do que alimentar

O Espaço Nascente criou a programação especial deste sábado pensando nisso tudo e buscando dar um caráter concreto aos estudos que mostram as relações entre estas atividades e o aleitamento. O conceito fundamental é: amamentar é muito mais do que nutrir.  

Carlos Eduardo Corrêa, o Cacá, pediatra e coordenador geral do Espaço, aponta a importância de um lugar como o Nascente, preocupado com as questões do nascimento, do pós-parto e do bem viver em família, promover uma programação especial para comemorar a semana. "A amamentação é mais do que nutrição. É um processo de comunicação e afeto entre mãe e filho e também envolve o apoio paterno. Desde a primeira hora de vida, passando pelo o aleitamento exclusivo até os seis meses, pela amamentação em livre demanda, as adaptações para a volta ao trabalho da mãe e os processos de desmame, podemos dizer que o aleitamento diz muito sobre a relação da mãe com o filho e sobre uma família. Mais tarde, o olhar para a amamentação pode dizer muito sobre aquele ser humano. Portanto, nem preciso dizer que é algo fundamental não só para experiência física, mas também psíquica e emocional de mãe, filho e família", explica o pediatra.

O que: Programação especial SMAM 2012 do Espaço Nascente

Quando: dia 4/8, sábado, das 10h às 16h30.

Onde: Espaço Nascente. Rua Grajaú, 599. Próximo ao metrô Sumaré (SP).

Como: Gratuito e livre.

Informações: (11) 3672-6561 / (11) 2548-6383 ou por email:
espaconascente@gmail.com / http://espaco-nascente.blogspot.com.br/

 
Confira a programação especial do Espaço Nascente para a celebração da SMAM 2012-07-18
10h30 - 11h30: Oficina de florais de bach com Laysa Duch
11h30 - 12h30: Bate papo “Sentimentos + Amamentação = Tudo a ver”, com a psicóloga Cris Toledano.
12h30 – 13h30: Bate-papo “Uso de fraldas de pano desde o nascimento” com Raquel Honig, da Fraldada.
13h30 - 14h30: Palestra “Prevenção odontológica em bebês: o que funciona”, com a odontopediatra Fernanda Molina.
14h30 - 15h30: Atividade musical para bebês e crianças, com Edi Holanda.
15h30 -16h30: Workshop de Shantala (massagem para bebês), com Priscila Castanho, da Abraço Materno.
16h – 17h: Acalanto: vivência musical para gestantes e mães com bebês no pós-parto, com Isadora Canto do Projeto Acalanto.
17h: Encerramento.

 

Leia mais sobre a semana no site Mama Mia Amamentar:

terça-feira, 24 de julho de 2012

Encontros de Apoio à Gestação e Parto na Morada da Floresta

A Morada da Floresta realizará, na próxima quarta-feira, dia 25 de julho, um Encontro de Apoio à Gestação e Parto. Nesta ocasião o convidado especial será o Cacá que falará sobre os primeiros cuidados do recém nascido.


Ficaremos muito felizes com a sua presença!


Data: 25 de Julho ( quarta - feira)
Horário: 19:00 às 22:00
Atividade Gratuita !




Informações e inscrições:

Morada da Floresta

Rua Diogo do Couto 47
Jardim Bonfiglioli, SP, SP
11 – 3735 4085

11 - 2503 0036
www.moradadafloresta.org.br
email para contato: contato@moradadafloresta.org.br

Encontro de Pós Parto em Santo André - SP

Encontros semanais GRATUÍTOS. Nesta quinta-feira (26/07) das 14h às 16h. Participação especial do Dr. Carlos Eduardo Corrêa (pediatra / neonatologista), o Cacá.

* Necessário confirmar presença.

Informações:

Carla Capuano

(11) 9435-4275
 
Clique na imagem para ampliar
 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Meu filho é doente. Ele sofre de infância.

Por Ligia Moreiras Sena

Essa é a parte 1 de uma conversa sobre como estamos transformando crianças normais, inteligentes, criativas e interessantes em pacientes psiquiátricos. Essa primeira parte falará exclusivamente da criança. A próxima falará de todos nós, com um alerta bastante grave. Estejamos atentos, amigos. Muito atentos.

"O mau comportamento do seu filho pode ser uma doença. Leve-o ao médico e peça orientações".

O compartilhamento desse tipo de mensagem é de uma irresponsabilidade sem tamanho.

Incentiva as famílias a medicarem seus filhos, ao invés de se dedicarem ativamente a lidar com suas diferenças.

Centenas de crianças estão sendo medicadas com drogas psicotrópicas para que seus comportamentos sejam moldados ao que espera a sociedade, ao que esperam seus pais, seus professores. Ignorando quem são, como são, como vivem.

Que tipo de mundo é esse que, ao invés de ensinar as crianças a lidarem com suas próprias diferenças, de ensinar a nova geração a desenvolver estratégias de auto-conhecimento e auto-aceitação, as rotulam como pacientes psiquiátricos e preferem aceitar que possuem transtornos mentais?!

Um tipo de mundo que não quer crianças agitadas, críticas, pensantes, desafiadoras, que exijam novas posturas parentais, professores bem preparados, escolas inclusivas. 

Um tipo de mundo que não quer o diferente. Quer o igualzinho. O doutrinadinho. O que não incomoda. O que não perturba. O que não pergunta. O que não desafia. O que não exige inovação, atualização e novas formas de ensinar. O que se comporta exatamente como querem que se comporte.

Um tipo de mundo onde se acredita haver remédio para tudo: para os agitados, para os rebeldes, para os desatentos, para os tímidos, para todos que não seguem a regra socialmente estipulada, a moral reinante. Chegaram a sugerir remédio até para a homossexualidade...

Uma criança indisciplinada que passa a ser rotulada como hiperativa - ou diagnosticada como portadora do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) - transforma-se, no exato momento de seu diagnóstico (ou rótulo), em uma criança com transtornos mentais. Em um paciente psiquiátrico.

Saiba disso, antes de aceitar uma coisa como essa. Sem floreios, sem rodeios.

Você acha mesmo que seu filho tem um transtorno mental? Ou ele está sendo criança? Ou ele tem uma personalidade agitada? Ou ele é diferente do que você imaginava, diferente de você, dos irmãos? Ou ele está te exigindo muito? Ou os professores não estão sabendo o que fazer com ele?

Essa semana, quando vi alguns sites incentivando a medicalização infantil, escrevi um texto que compartilhei em outras mídias, mas agora o trago também para cá.

Estamos falando sobre a medicalização da infância e o excesso de diagnósticos psiquiátricos – como a hiperatividade e o déficit de atenção – e de prescrição de psicofármacos, como o metilfenidato.

Qualquer pessoa que compartilhar a informação de que o comportamento “inadequado” de uma criança pode estar associado a um transtorno psiquiátrico está contribuindo para a psiquiatrização da infância e de comportamentos absolutamente normais, está contribuindo para que nossas crianças sejam vítimas do abuso de fármacos.

Vamos falar então de "crianças que precisam de medicamentos psicotrópicos de fato".

Será que elas existem? Em anos de estudo, pesquisa, interesse pessoal e aulas ministradas sobre tema, tive contato com muitas crianças diagnosticadas como hiperativas e medicadas. E todas - eu disse TODAS - estavam sendo medicadas em função dos desejos, ainda que não manifestos, de seus pais, educadores e outros profissionais. Para a pergunta: "Por que você o levou no psiquiatra?" ou "Por que ele está sendo medicado?" as respostas mais comuns - muitíssimo comuns - são: "Porque ele estava me deixando louca!", ou "Porque ele não se adaptava à escola de jeito nenhum", ou "Porque ele não parava quieto", e afins.

Nenhum desses motivos representa qualquer indicativo de transtorno mental.

É preciso SEMPRE lembrar que ser diagnosticado com hiperatividade É TORNAR-SE UM PACIENTE PSIQUIÁTRICO. Aquela criança, que já é vista como problemática, de uma hora pra outra passa a ter um TRANSTORNO MENTAL, passa a ser um PACIENTE PSIQUIÁTRICO.

Vamos pensar no que isso pode causar à autoestima dessa criança, desse adolescente?

Vamos pensar o que se tornar dependente de medicação tarja preta (que é uma droga psicotrópica) fará com essa criança? O estigma que vai acompanhá-lo? As alterações neuroendócrinas?

E por que? Porque ele era ativo demais, agitado demais, dava trabalho.

Quando dizermos "ativo demais" estamos comparando-o a outras crianças, ditas "normais".

O que é a normalidade? Para mim, normal é ver criança ativa, não criança dopada.

Não há um consenso do que seja a normalidade. Eu sou normal, você é normal, e somos muito diferentes. E por que somos diferentes um precisa de medicação e o outra não?

E se eu, que sou muito agitada, tenho pais que sabem lidar eficientemente com minha agitação?

E se eu estou em uma escola que respeita minhas diferenças?

Então eu escapo do medicamento psicotrópico.

Mas se eu não tenho nada disso, então serei medicado para me enquadrar numa normalidade que não existe.


Sofro muitas vezes: uma vez por não contar com condições que acolham minha diferença (pais e escola preparados), outra vez por ser rotulado psiquiatricamente, outra vez por ser medicado e ter todas as minhas funções mentais alteradas (porque é isso o que faz uma droga que age no cérebro), e outra vez porque me tornarei dependente (sim, me tornarei), e mais uma vez no futuro quando, afastado da medicação, eu não souber lidar com minha agitação, com minha diferença, apenas porque ao invés de me ajudarem a lidar com ela, me medicaram.

Falando de evidências científicas, existem artigos experimentais mostrando que o uso de metilfenidato na infância (a Ritalina, Concerta e afins - olha o nome, Concerta... como se estivesse quebrado) predispõe ao abuso de álcool na idade adulta, principalmente no sexo feminino. E outros ainda afirmam que o diagnóstico de hiperatividade na infância está associado ao diagnóstico de depressão no futuro. Não precisamos recorrer ao cérebro pra entender como a hiperatividade se transformou em depressão, basta entender o que viveu essa pessoa a ponto de ter se tornado deprimido. Mas recorrendo ao cérebro, a mudança que a droga promove pode mesmo disparar um gatilho desconhecido e, no futuro, causar um outro transtorno psiquiátrico.

Vamos falar de história? Por que a descoberta desse transtorno é tão relativamente recente? Porque hoje temos drogas que controlam esse comportamento. Então, em termos bem gerais, o metilfenidato não cura ninguém, não trata ninguém. Ele só MODELA a criança, a pessoa, ao que esperam dela. É como se, tendo febres fortes recorrentes, apenas déssemos antitérmico a vida inteira, sem saber o porquê da febre. Por que uma criança é agitada? Por que ela está com dificuldades de adaptação? Como canalizar a agitação? Como ensiná-lo a lidar com isso? São perguntas que cujas respostas necessitam de uma postura ativa. Que nem sempre existe...

Quem trabalha nessa área diz que o Calvin (aquele personagem, amigo do Haroldo) é o símbolo da criança dignosticada como hiperativa. E que criança interessante! Além de ser agitado, Calvin é questionador, problematizador, respondão e arteiro. Coisas de criança saudável, muito saudável, não doente. E já notaram como são seus pais? Entediantes, rabugentos, nunca brincam com ele, estão sempre alheios, em suas atividades, sempre criticando ou gritando com ele. Isso não é coincidência. Em uma das tirinhas, Calvin aparece sendo medicado: ele não brinca mais, não cria mais, não é mais interessante e sua imaginação foi morta – representada pelo desaparecimento do amigo imaginário, seu bicho de pelúcia Haroldo, que em condições normais tinha vida.

É isso o que acontece com crianças medicadas com modeladores do comportamento.
O dia em que eu encontrar uma criança que realmente tiver um transtorno como esse, a ponto de conseguir ver nele um paciente psiquiátrico, poderei rever essa posição.

Eu ainda não encontrei essa criança.

Embora já tenha encontrado tantas medicadas...

 



Fonte: Fonte: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/07/meu-filho-e-doente-ele-sofre-de.html



sexta-feira, 20 de julho de 2012

Quem tem medo da febre?

QUEM TEM MEDO DA FEBRE?

Entrevista publicada pela revista Arte Médica, Ano III, No. 3, novembro de 2002, 
da Sociedade Brasileira de Médicos Antroposóficos (SBMA)
                                                                                                                                                                                                   
A febre é um dos sintomas mais freqüentes na infância e uma das maiores causas de visitas ao consultório pediátrico. Muitos pais e mães ficam apavorados quando o termômetro começa a subir... Será que é algo grave? Será que esta febre vai causar convulsão? Quem nos responde estas perguntas é Samir Rahme, presidente da SBMA e médico antroposófico com mais de quinze anos de experiência – muitos deles dedicados à compreensão do papel da febre no equilíbrio de nossos processos vitais.




AM. Como você encara a febre hoje? Ela pode ser benéfica e ter uma função específica para o ser humano?

Samir. A febre, em princípio, é sempre boa. Ela tem um papel fundamental na dinâmica do nosso sistema imunológico, ativando a liberação de anticorpos e de outras substâncias de defesa que vão permitir ao organismo lidar com possíveis “invasores”. Hoje sabe-se que é esse mesmo calor que inibe o crescimento de bactérias e aniquila os vírus, ou seja, o calor põe tudo no lugar, renova o organismo. Isso já foi amplamente reconhecido pela comunidade científica tradicional. A cultura do medo da febre e a tendência de combatê-la rapidamente instalaram-se em nossa sociedade nos últimos 50 anos em virtude de uma grande estratégia de marketing da indústria farmacêutica. Considero esta tendência muito nociva para a nossa saúde. Em minha opinião, a febre é um fenômeno relacionado ao desenvolvimento da nossa individualidade. Essa é a grande tarefa da febre na nossa vida. E não é à toa que a maioria dos episódios febris ocorre do nascimento até os 7 anos.

AM. Então os médicos antroposóficos valorizam a febre um pouco mais do que o fazem seus colegas da alopatia, certo?

Samir. Certo! Para nós, ela representa a chance de desenvolvimento da verdadeira individualidade e liberdade em relação aos condicionamentos genéticos. Quando as crianças contraem as doenças denominadas exantemáticas, ou seja, que se manifestam por meio da pele, como o sarampo, a rubéola e outras – e que sempre são acompanhadas por febre –, é uma grande oportunidade para o organismo infantil “quebrar” e eliminar as proteínas herdadas, criando novas estruturas a partir de si mesmo. Na Europa, muitas mães ainda cultivam a antiga tradição de levarem os filhos para visitar as outras crianças com doenças exantemáticas com o objetivo de proporcionar uma imunização natural. Mas, hoje em dia, fica cada vez mais difícil para esse pequeno ser usufruir os benefícios que estas doenças “naturais” podem lhe proporcionar. De um lado, temos as vacinas e de outro os antitérmicos...

AM. O calor vivenciado através da febre tem uma função para nós?

Samir. Segundo a Antroposofia, nós, seres humanos, temos um organismo com quatro componentes básicos, que didaticamente chamamos de “corpos”: um corpo físico (terra), um corpo vital (água), um corpo astral ou alma (ar) e um corpo espiritual ou individualidade (fogo). Quando se dá o aumento da temperatura, o que está acontecendo num nível mais sutil, não mensurável por aparelhos, é que a individualidade (o corpo espiritual ou “Eu”) está em seu caminho de conquistar o corpo, está atuando mais de perto, por meio do calor, que é seu elemento natural. O significado do calor ainda é pouco explorado na Medicina, mas já estamos avançando: os mais avançados tratamentos de tumores são feitos com hipertermia.

AM. Como lidar com a ansiedade dos pais?

Samir. O melhor remédio é paciência e conversa. Os médicos devem tentar esta abordagem com os pais, resistindo à pressão. Hoje em dia, tanto na medicina quanto em outras áreas predomina o conceito de FAST(rápido, em inglês), ou sejam, tudo deve ser e ocorrer de maneira rápida, o que não proporciona um desfrutar das situações. Quando lidamos com o ser humano, quanto mais SLOW melhor o resultado e, no caso de afecções do organismo, estamos sempre lidando com a eternidade. Muitas vezes, somos procurados porque os pais já não agüentam mais dar tanto remédio químico para seus filhos, e a reclamação é sempre a mesma: não ficam bons nunca.

AM. E medo da convulsão?

Samir. Poucos pais sabem que as convulsões causadas pela febre ocorrem em apenas 2% das crianças e não dependem da temperatura que a febre alcança, mas da velocidade com que ela sobe. Assim, as crianças propensas a ter convulsões febris poderão ter crises mesmo com febres baixas. Nesta situação, o uso antitérmico está mais que justificado, mas sem nos esquecermos de que estamos lidando com uma minoria.

AM. E como você orienta o tratamento da febre?

Samir. A primeira preocupação do médico é diagnosticar e tratar a doença que provoca a febre, que é apenas um sintoma. Na medicina Antroposófica existem medicamentos naturais, à base de plantas, animais e minerais, que podem ser usados no tratamento das causas da febre. A compressa de limão na panturrilha costuma baixar a temperatura de 1 a 2 graus, sem comprometer o processo como um todo. (Ver receitas abaixo.)

AM. Quais seriam suas considerações finais sobre a febre?

Samir. Vale alertar que numa criança bem nutrida os efeitos de uma febre serão mais bem tolerados do que numa criança desnutrida. Repito que a febre é o remédio mais potente e sábio que existe, devendo ser encarada como uma grande aliada do médico e do paciente. Acho fundamental iniciarmos uma contracultura da febre!

Compressa com rodelas de limão Corta-se um limão em rodelas. Depois, elas são colocadas entre as dobras de um pano e batidas para se extrair o suco. Em seguida, a compressa com as rodelas de limão batidas é aplicada morna na panturrilha e firmemente enrolada com um xale de lã.A compressa de limão pode ser aplicada morna na panturrilha.

Um limão é colocado numa vasilha com água suficiente para cobri-lo. É depois cortado e espremido debaixo d’água, fazendo-se diversos cortes na casca para se obter bastante óleo etérico (sumo). Dobra-se um pano de algodão ou linho (pode ser um lenço) de modo que cubra o panturrilha. Molha-se o pano na água com limão, espremendo-o depois com força. Ele é aplicado, sem pregas, ao redor da perna, preso com um pano maior e, em seguida com um pano de lã firmemente enrolado.


Fonte: http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/05/quem-tem-medo-da-febre.html

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Amamentação

Departamento de Pediatria Ambulatorial e Departamento de Aleitamento Materno da SBP

A sucção é um reflexo do bebê desde o útero materno e pode ser observado através de ultrassonografias, que mostram alguns bebês chupando o dedinho. Esse reflexo é vital para o crescimento e desenvolvimento psíquico do bebê.

A criança, especialmente em seu primeiro ano de vida, tem uma necessidade fisiológica de sucção. Além da amamentação, que garante a sua sobrevivência, a sucção também promove a liberação de endorfina, um hormônio que produz um efeito de modulação da dor, do humor e da ansiedade, provocando uma sensação de prazer e bem-estar ao bebê.

A amamentação é suficiente para satisfazer o desejo básico de sucção do bebê, desde que ele esteja mamando exclusivamente no peito e a mãe o ofereça sempre que o bebê quiser. É importante enfatizar que a sucção do bebê ao mamar no seio materno é completamente diferente do sugar o bico de uma mamadeira ou chupeta. Mamar no peito é muito importante para o desenvolvimento da mandíbula e demais ossos da face, dos músculos da mastigação, da oclusão dentária e da respiração de forma adequada.

O uso da chupeta vem sendo passado de geração a geração, constituindo-se num frequente hábito cultural em nosso meio e, por seu preço reduzido, é bastante acessível a toda população.

Destacam-se como possíveis “prós” de sua utilização:
1 - trata-se de um calmante imediato do choro;

2 - alguns estudos evidenciaram possível efeito protetor contra morte súbita, desde que seja introduzida após a terceira semana de vida ou com a amamentação já estabelecida e utilizada apenas durante o sono (recomendação oficial da Academia Americana de Pediatria - AAP).

Por outro lado, temos muitos “contras” para comentar sobre a utilização da chupeta.

1 - Inúmeros estudos mostram que a chupeta está sempre associada com um tempo menor de duração do Aleitamento Materno e que a mesma acaba por ser um indicador de dificuldades da amamentação. Este fato acabou sendo decisivo para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) optassem como recomendação oficial de não utilizar bicos e chupetas desde o nascimento, pois o tempo de duração do aleitamento materno influi diretamente na saúde do bebê e da mãe, quanto mais tempo amamentar, mais saúde para ambos. Esta orientação é compartilhada pelo Ministério da Saúde do Brasil que desde 1990 optou pela implantação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, que tem como regra (nono passo - o sucesso da amamentação) a não utilização de bicos, mamadeiras e chupetas em alojamento conjunto.

2 - Com relação a acalmar, temos uma linha de psicólogos que discordam desta forma de acalmar, pois temos inúmeras maneiras de acalmar um bebê (carinho, colo, cantar, amamentar, etc.) sem a necessidade de utilização de um artifício que traz malefícios para a saúde do bebê. Orientam ainda que quando uma criança começa a introduzir o dedo na boca, temos que dar uma função para as mãos, desta forma, entrega-se brinquedos adequados para a idade para que a distração seja direcionada em outro sentido. Claro que a criança poderá levar este brinquedo à boca (mordedores, por exemplo), mas isto não leva a vícios. Portanto não “vicia” em chupeta e nem no dedo.
3 - Outros estudos apresentam efeitos prejudiciais do uso da chupeta com relação à oclusão dentária, levando à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais. O risco de má oclusão dentária em crianças que utilizam chupetas pode chegar a duas vezes em relação aos que não usam.
4 - Temos ainda prejuízos respiratórios importantes, levando a uma expiração prolongada, reduzindo a saturação de oxigênio e a frequência respiratória. A respiração acaba ficando mais frequente pela boca (respiração oral), o que piora a elevação do palato (céu da boca), diminuindo o espaço aéreo dos seios da face e provocando desvio do septo nasal. A respiração oral leva à diminuição da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries. Como a respiração nasal tem a função de aquecer, umidificar e purificar o ar inalado e isto não ocorre de forma adequada na respiração oral, temos maiores chances de irritações da orofaringe, laringe e pulmões, que passam a receber um ar frio, seco e não filtrado adequadamente.
5 - Outras consequências da respiração oral são: as infecções de ouvido, rinites e amigdalites.
6 - O uso de chupetas também está associado a maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses, já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada.
7 - Na confecção de bicos e chupetas temos o uso de materiais possivelmente carcinogênicos (N-nitrosaminas) que ainda carecem de estudos mais aprofundados.
8 - Com relação à morte súbita, a mesma é definida como uma morte inesperada de crianças menores de 1 ano de idade, com pico entre 2 e 3 meses, que permanece inexplicada após extensa investigação, incluindo história clínica, necropsia completa e revisão do local do óbito. Portanto é uma situação em que até o momento não sabemos qual é a verdadeira causa. Existem muitas críticas sobre as metodologias utilizadas nestes estudos, o que enfraqueceria em muito e tornaria no mínimo precoce a argumentação de que a chupeta seria um possível protetor da morte súbita. Apesar de ser uma indicação oficial da AAP, esta opinião não é compartilhada por importantes órgãos como o MS (Ministério da Saúde do Brasil – área técnica da criança e do aleitamento materno), OMS, UNICEF, WABA (ONG internacional que promove a semana mundial da amamentação) e IBFAN (Rede Mundial que luta pelas leis que normatizam a propaganda de alimentos que podem prejudicar a instalação e manutenção do AM), que entendem ser necessária a realização de mais estudos sobre este assunto controverso.
9 - Por fim, vale destacar que um estudo de revisão, multidisciplinar, publicado no Jornal de Pediatria em 2009, buscou na literatura prós e contras o uso de chupeta e chegou à conclusão final de que foram encontrados mais efeitos deletérios do que benéficos.

Desta forma, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que os pais tenham claramente esta visão de “prós e contras” do uso da chupeta, para que, junto ao seu pediatra, possam tomar uma decisão informada quanto a oferecê-la, ou não, aos seus bebês.

Bibliografia

1. Hauck FR, Omojokun OO, Siadaty MS. Do pacifiers reduce the risk of sudden infantdeath syndrome?
A meta-analysis. Pediatrics. 2005;116(5). Disponível em:www.pediatrics.org/cgi/content/full/116/5/e716.
2. American Academy of Pediatrics Task Force on Sudden Infant Death Syndrome. The changing concept of sudden infant death syndrome: diagnostic coding shifts, controversies regarding the sleeping environment, and new variables to consider in reducing risk. Pediatrics. 2005;116(5):1245-55.
3. Li DK, Willinger M, Petitti DB, Odouli R, Liu L, Hoffman HJ. Use of a dummy (pacifier) during sleep and risk of sudden infant death syndrome (SIDS): population based casecontrol study. BMJ. 2006;332(7532):18-22.
4. Cates CJ. Dummies and SIDS. Low response rates generate considerable uncertainty.
Disponível em:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1336812/?tool=pubmed.
5. Fleming PJ. Dummies and SIDS. Causality has not been established. Disponível em:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1336811/?tool=pubmed
6.
American Academy of Pediatrics, Policy Statement. Breastfeeding and the use of human milk. Pediatrics. 2012;129:e827-e841.
7. Castilho SD, Rocha MA. Pacifier habit: history and multidisciplinary vision. J Pediatr (Rio J). 2009;85(6):480-9.
8. Menino AP, Sakima PRT, Santiago LB, Lamounier JA. Atividade muscular em diferentes métodos de alimentação do recém-nascido e sua influência no desenvolvimento da face.
Rev Med Minas Gerais. 2009; 19(4 Supl 5):S11-S18.
9. World Health Organization/Unicef. Innocenti Declaration on the protection, promotion and support of breast-feeding. Meeting “Breastfeeding in the 1990s: a global initiative”. Cosponsored by the United States Agency for International Development Authority (SIDA), held at the Spedale degli Innocenti, Florence, Italy, on 30 July – 1 August, 1990.
10. World Health Organization. Evidence for the Ten Steps to Successful Breastfeeding. Division of Child Healtha and Developmentworld. Geneva: World Health Organization, 1998.
11. Lamounier JA. Promoção e incentivo ao aleitamento materno: Iniciativa Hospital Amigo da Criança. J Pediatr (Rio J). 1996;72(6):363-7.
12. Victora CG, Tomasi E, Olinto MTA, Barros FC.
Use of pacifiers and breastfeeding duration. Lancet. 1993;341:404-6.
13. Victora CG, Behague DP, Barros FC, Olinto MTA, Weiderpass E. Pacifier use and short breastfeeding duration: cause, consequence, or coincidence?
Pediatrics. 1997;99(3):445-53.
14. Tomasi E, Victora CG, Olinto MTA. Padrões e determinantes do uso de chupeta em crianças.
J Pediatr (Rio J). 1994;7(3):167-73.
15. Barros FC, Victora CG, Tonioli Filho S, Tomasi E, Weiderpass E. Use of pacifiers is associated with decreased breast-feeding duration. Pediatrics. 1995;95(4):497-9.
16. Barros FC, Victora CG, Morris SS, Halpern R, Horta BL, Tomasi E. Breastfeeding, pacifier use and infant development at 12 months of age: a birth cohort study in Brazil.
Paediatr Perinat Epidemiol. 1997;11(4):441-50.
17. Pedroso RS, Siqueira RV. Pesquisa de cistos de protozoários, larvas e ovos de helmintos em chupetas. J Pediatr (Rio J). 1997;73(1):21-5.

*Fonte: compartilhado no facebook, publicado em
A Doula Nutri

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Conviver com cães evita infecções em bebês

AFP/Arquivo / Michel Gangne
Passar o dia ao lado de um animal ajuda no fortalecimento do sistema imunológico, diz estudo.
O estudo sugere que ficar perto de um cachorro que passa parte de seu dia ao ar livre fortaleceria o sistema imunológico
As crianças que convivem com cães têm menos chances de apresentar alguns tipos de infecções nos ouvidos ou problemas respiratórios do que aquelas que não têm bichos de estimação, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (9).

O estudo, publicado na revista americana Pediatrics, não especifica os motivos do resultado, mas sugere que ficar perto de um cachorro que passa parte de seu dia ao ar livre fortaleceria o sistema imunológico da criança em seu primeiro ano de vida.
Os gatos também ofereceriam este tipo de proteção para os bebês, mas o efeito seria menor do que com os cães.
O estudo incluiu 397 crianças, com entre nove e 52 semanas, na Finlândia. Durante um ano, elas foram levadas pelos pais para análises de sua saúde.
A conclusão dos médicos foi de que os bebês que convivem com gatos ou cães têm 30% menos chances de apresentar sintomas de infecções respiratórias - que incluem tosse, rinite e febre -, enquanto quase metade provavelmente não sofrerá infecções de ouvido.
"As crianças que tiveram contato com cães e gatos em casa ficaram significativamente mais saudáveis durante o período de estudo", destacam os médicos do Hospital Universitário Kuopio na Finlândia.
A diferença mais notória foi observada entre as crianças que convivem com um cachorro dentro de casa por seis horas ao dia, contra aquelas que não têm bichos de estimação ou os colocam para fora de casa.

"Apresentamos uma evidência preliminar de que ter um cão pode ser benéfico contra infecções no trato respiratório durante o primeiro ano de vida", destaca o estudo.
"Consideramos que o contato com animais ajudaria a amadurecer o sistema imunológico, levando a uma resposta imunológica mais tranquila e a uma breve duração das infecções", destaca.
O resultado foi significativo, inclusive depois que os cientistas descartaram outros fatores influentes, como não ter sido amamentado, ficar em creche, ser criado por fumantes ou por pais com asma, ou conviver com outras crianças.
Além de ter menos infecções nos ouvidos e infecções respiratórias, os bebês que vivem com cães tendem a precisar de menos tratamentos com antibióticos na comparação com aqueles que vivem em casas sem mascotes.
Estudos anteriores demonstraram resultados diversos, desde aqueles que apontaram que ter bichos de estimação não representa nenhum benefício às crianças até os que afirmam que o contato com animais ofereceria proteção contra resfriados e doenças estomacais.
Mas os autores do estudo na Finlândia destacam que sua análise se diferencia por ter concentrado exclusivamente o primeiro ano de vida e não inclui a presença de outras crianças.
Fonte: http://saude.ig.com.br/alimentacao-bemestar/2012-07-10/conviver-com-caes-evita-infeccoes-em-bebes.html


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Atividades do mês no Espaço Nascente...

Sábado 14/07:



Sábado 21/07:


Clique nas imagens para ampliar

Sábado 28/07:

2º Encontro de Empreendedorismo Materno abordará a importância dos valores na mudança profissional

No próximo dia 28, será realizado em São Paulo o segundo encontro de empreendedorismo materno. O primeiro aconteceu em maio. A segunda edição do evento acontece a partir das 14h no Espaço Nascente. “O primeiro encontro foi muito frutífero e percebemos que existe uma demanda de mais encontros, para troca de informações e para que estas mães possam contar e ouvir histórias que as inspirem”, explica Michelle Prazeres, do blog Empreendedorismo Materno e organizadora do evento.

O segundo encontro contará com a presença de Anna Gallafrio, da Natural Coaching, que fará uma palestra para as participantes, onde tratará sobre os valores. “Para tomar decisões assertivas é importante conhecer-se. Nesse dia vamos pensar nos nossos valores, para que eles possam nortear o desejo profissional e empreendedor de cada uma”, explica Anna

Para Priscila Castanho, da Abraço materno, também organizadora do evento, os encontros são fundamentais para que as mães se sintam acolhidas. “O nosso corpo funciona de acordo com as nossas emoções. Estar juntas, apoiando-se e trocando é fundamental para que as mães se sintam fortes para as mudanças profissionais e para todas as outras que chegam com a maternidade”, diz.

O encontro tem duas horas de duração e as inscrições são gratuitas e podem ser feitas no Espaço Nascente pelo email espaconascente@gmail.com ou pelo telefone (11) 2548-6383.

II Encontro de Empreendedorismo Materno
Tema: O começo: empreender respeitando os seus valores
Convidada especial: Anna Gallafrio.

Inscrições e informações: espaconascente@gmail.com / (11) 2548-6383

- Traga seu filho, mas lembre-se de trazer um(a) cuidador(a)!
O espaço tem lugares adequados para eles se divertirem enquanto nos reunimos.
- O evento é gratuito. Se desejar, você pode fazer uma contribuição.
- Espaço Nascente: Rua Grajaú, 599 - Próximo ao metrô Sumaré

Realização:
Blog Empreendedorismo Materno
Abraço Materno

Apoio:
Espaço Nascente
Natural Coaching
Adorável design
 
 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Amamentação

Carla Brandão e o seu filho Lucas de 3 anos
O Lucas nasceu sorrindo em 07/01/2009, numa tarde de quarta-feira, de parto natural. A mamãe e o papai se prepararam muito para este momento.
O Lucas queria muito nascer. As contrações começaram de manhãzinha e, à tarde, ele já estava fora da barriga. A mamãe não precisou tomar anestesia e o papai cortou o cordão umbilical.

Depois disso, o Lucas veio direto para o colo da mamãe, onde foi aconchegado no peito. Ele encaixou a boquinha no peito, mas não chegou a sugar.
Após este momento sublime, veio à notícia de que o Lucas é uma criança incomum. Observou-se que ele tem uma preguinha na mão esquerda, os olhinhos puxados e dedinhos dos pés um pouquinho separados e, então, uma surpresa: a síndrome de down.

A mamãe e o papai levaram um susto, pois não sabiam dessas características. Mas, o pediatra neonatologista percebeu que o Lucas, além de não ser cardíaco, tem um bom tônus muscular e indicou a estimulação precoce.
Naquela madrugada, o Lucas foi levado à UTI em razão de uma baixa respiratória. A mamãe estava decidida a amamentar e descia do quarto do hospital para a UTI de três em três horas para amamentar o bebê.

No dia seguinte, a mamãe sentiu a apojadura. Os peitos estavam muito inchados e quentes e o leite começava a empedrar...
Para aliviar, o pediatra neonatologista encaminhou a mamãe para o banco de leite do hospital e orientou a ordenha para evitar o empedramento. Também ensinou o “shake das africanas” e uma técnica das japonesas para fluir o leite.

No banco de leite, a mamãe aprendeu a usar a máquina elétrica para ordenha, que veio a ser muito útil mais tarde.
O Lucas permaneceu cinco dias na UTI, os três primeiros por conta da baixa respiratória e dois em razão de icterícia. De três em três horas, a mamãe ia até a UTI e dava de mamar. Ele demorava meia hora em cada peito, mamava dormindo e sugava muito fraquinho...

Depois de uma hora na sessão mamada com o Lucas, a mamãe ia ao banco de leite e ficava meia hora (quinze minutos em cada peito) para tirar o leite na máquina elétrica e evitar o empedramento.
Passados os cinco dias, que pareceram a eternidade para a mamãe e o papai, o Lucas saiu da maternidade pesando mais ou menos três quilos e meio. Em casa, a mamãe percebeu que o bebê não chorava. Ele não pedia para mamar e era muito dorminhoco. Então, a mamãe adotou a mesma rotina da maternidade: oferecia a mamada a cada três horas e o bebê ficava meia hora em cada peito.

Passada uma semana, o pediatra veio em casa pesar o bebê e, surpresa: o Lucas tinha perdido peso. Estava com aproximadamente dois quilos e novecentos. A mamãe ficou muito abalada, pois levantava, mesmo de madrugada, de três em três horas para dar de mamar, achava que o bebê estava mamando, mas ele tinha perdido peso! Não conseguia entender. O mais alarmante é que, nesta semana, o leite quase secou, porque não estava mais utilizando o banco de leite da maternidade.
Então, o pediatra indicou uma fonoaudióloga muito atenciosa, que veio até em casa e percebeu que o Lucas tinha dificuldade para sugar o seio. Provavelmente, na UTI da maternidade, as enfermeiras deram mais complemento do que a mamãe podia imaginar e por isso ele tinha ganhado peso no hospital. Registre-se que o pediatra orientou que não fosse introduzido bico ao bebê na UTI. Ele tomava o complemento em copinho, para não ter a facilidade da mamadeira e possibilitar a amamentação natural.

A fonoaudióloga ensinou a mamãe a ensinar o Lucas a mamar. Ela trouxe o seguinte material: uma seringa descartável (sem a agulha), um cateter e micropore, além do telefone da empresa para o aluguel da máquina elétrica de ordenha.
Funcionava assim:
1) Primeiro, a mamãe tirava o leite da máquina. Então, colocava o leite nas seringas e reservava. No início, como o leite da mamãe quase secara, só era retirado, por meio da ordenha, 12 ml. Nesta fase, foi dado complemento ao bebê, para que totalizasse, pelo menos, 30 ml. Paralelamente, a mamãe tomou: um remédio chamado Equilid, água de algodoeiro, além do chá da mamãe da Veleda. E, é claro, mais de quatro litros de água por dia.
2) Depois, a mamãe acordava o Lucas, o que demorava quase uma hora, pois ele era muito dorminhoco mesmo. Tirava a roupinha de dele e rolava de um lado para o outro, até ele acordar. Quando ele acordava, era embrulhado num lençolzinho para se organizar.

3) Aí, era montado o aparato na mamãe. O cateter era preso com o micropore na auréola do peito da mamãe. Então, o bebê era trazido para perto, mas não ficava na posição tradicional, que era muito difícil para ele. Ele era colocado de lado, como se fosse uma bola no braço de um jogador de futebol americano, e ficava apoiado em travesseiros. Após, uma das avós ou o papai sempre ajudavam a mamãe: encaixavam a seringa com o leite no cateter e ficavam segurando e empurrando o êmbolo no ritmo do bebê, até ele conseguir mamar tudo.
Portanto, o bebê tinha que sugar como se estivesse mamando do peito. A rotina foi muito cansativa para a mamãe, principalmente no início, porque o Lucas demorava uma hora para acordar, uma hora para mamar e, ainda, tinha a meia hora de ordenha, o que resultava em duas horas e meia. Só restava meia hora para a mamãe ou dormir, ou comer ou tomar banho, mas isso não difere muito da rotina de qualquer bebê recém-nascido, que demanda muito da mãe.

À medida que o tempo passava, as coisas melhoravam. A mamãe conseguia ordenhar cada vez mais leite. (Uma dica: é mais rápido quando se aluga a máquina para ordenhar os dois peitos de uma só vez, em vez de meia hora, dispende apenas quinze minutos). O Lucas crescia e acordava mais fácil. Até que, com quatro meses, ele começou a conseguir sugar o peito sem a seringa. E, aí, adivinhem o que aconteceu, ele realmente aprendeu a mamar!
Portanto, as crianças, mesmo as incomuns (ou como alguns preferem, especiais) aprendem e aprendem de tudo, basta ensinar.
E esta foi à primeira lição do Lucas: ele aprendeu a mamar.
A mamãe e o papai realmente acreditam que ele nasceu forte e com bom tônus muscular porque foi respeitado o tempo de nascimento dele. Uma cesária agendada poderia tê-lo prejudicado muito.

O Lucas mamou até um ano de idade, quando ele próprio passou a não querer mais o peito. Faz fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional desde que tinha um mês de idade. Hoje, com três anos, frequenta uma escola comum e está começando a dizer as primeiras palavras. Mamar no peito ajudou muitíssimo o desenvolvimento da fala, além de deixar o Lucas com as feições do rosto mais bonitas.