quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Boas Festas!!!


“Final de Ano tempo de parar, analisar e fazer uma completa reflexão sobre a vida, pensar em cada momento vivido para descobrir qual foi o saldo positivo de metas planejadas.

Neste ano que está surgindo tão cheio de promessas e esperanças que venha marcado pela alegria e pela bem aventurança e realizações.

Que o futuro abra as portas de todos os corações prontos para ele e que ajude aos que não estão prontos a se aperfeiçoar.

Que se tornem corações fortes grandes e completos de otimismo, compreensão e força.

Para vocês, pessoas tão especiais queremos desejar toda a felicidade desse novo tempo que se aproxima.

Que toda a esperança, emoções, vitórias e alegrias caiam como uma enorme chuva em nossas casas, sobre nós e nossos familiares.

Na passagem do ano que a luz divina se acenda dentro de seu coração. Desejamos do fundo do coração que a promessa do ano novo seja cheia de esplendor e magia.

Boas festas!”


**Lembramos que, estaremos em férias coletivas de 23/12/11 à 16/01/12. O consultório retorna as atividades no dia 17/01/12.


Para agendar consultas nesse período, ligar nos telefones aqui do consultório, das 8h às 16h:
(11) 3672-6561 / (11) 2548-6383 / (11) 6489-7829, falar com a Neide.


O grupo de pós parto com a Cris Toledano, voltara a acontecer
no dia 23/01/12 e o de amamentação com a Andrea Santos, no dia 17/01/11.

Muita saúde e paz!

Um grande abraço,
Espaço Nascente.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Parto Natural



Nascimento do Thales - Parto Natural from LiviaBenetti on Vimeo. Obrigada Lívia, por compartilhar esse momento único conosco!


Espaço Nascente.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Recital de piano para bebês com Sérgio Villafranca

Homenagem aos 80 anos do poeta tradutor e ensaísta Augusto de Campos

Obras de: Bach, Mozart, Schoenberg, John Cage, H.J. Koellreutter, Sérgio Villafranca

Poemas e traduções de Augusto de Campos

Pais, a entrada com bebês está liberada. Todos estão convidados!

Dia 17 de dezembro de 2011
Horário: 11h
Local: Gluck Pianos - Steinway & Sons (Auditório localizado em anexo a loja)
Avenida Angélica 2530
Tel. (11) 3892 0011 / (11)3892 0022

Maiores informações:
(11)7281-4089

Ingressos: R$ 20, R$ 10
(mães/pais/cuidadores pagam meia)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não existe volta ao trabalho, mas sim recomeço profissional

Fernando, Michelle e Miguel.

Por Michelle Prazeres*

* Mãe de Miguel, hoje com 7 meses, Michelle voltou oficialmente a trabalhar quando o filho tinha 5, a partir da sua casa, em sistema home office. Antes disso, quando ele tinha 3, criou um blog e começou a fazer trabalhos como freelancer.

Separação. Esta era a única palavra que me vinha à cabeça quando pensava em voltar ao trabalho depois do nascimento do Miguel, em abril deste ano. Desde a segunda semana de vida do meu filho, a questão profissional começou a me mobilizar. Gastava tempo, energia, emoção e especialmente momentos preciosos ao lado dele pensando em como iria fazer para voltar ao trabalho. Sofri. Sofri. Sofri.

Hoje, trabalhando em um novo sistema, estou convencida de que não existe volta, porque não somos as mesmas depois da maternidade, quando optamos por viver este processo da forma intensa como está sendo para mim. Não existe volta. Existe recomeço. E ele é possível, conciliando as vidas de mulher, mãe e profissional.

Ainda na gravidez, tomei contato com o universo da humanização do parto e da maternidade ativa. Mergulhei tão profundamente nesta história, que em alguns momentos, penso que me fez mal conviver com exemplos que idealizei demais. Confesso que sofri muito tempo achando que se colocasse meu filho num berçário aos 5 meses, eu seria menos mãe. O fantasma do apego tomou conta de mim e nada conseguia me fazer pensar na idéia de me separar dele. A temida separação. Emocional e física, mas especialmente emocional, que aconteceria fatalmente se nos separássemos na volta ao trabalho.

Pensei em parar de trabalhar, coisa que hoje vejo que seria uma solução pesada e sofrida para mim, para o Miguel e para nossa família. Lembro que em uma consulta, quando o Miguel tinha 3 meses, me abri sobre isso com nosso pediatra, o Cacá (http://neonatologiakk.blogspot.com/), e ele me disse: “Calma, Mi. Você vai ser uma mãe de 5 meses quando o Miguel tiver 5 meses”.

Busquei perguntas. Busquei respostas. Busquei exemplos. Busquei apoio. E comecei a experimentar. Encontrei muita gente linda que me ajudou a construir a fórmula que por enquanto vem dando certo. A amiga e querida psicóloga especialista em pós-parto, Cris Toledano (http://cristoledano.blogspot.com/), repetia como mantra: “Mi, trabalhar também é cuidar do seu filho”. E foi esta “chave” que me fez começar a pensar em possibilidades. Seria possível voltar ao trabalho e cuidar dele ao mesmo tempo.

Transformei as minhas angústias em ação.

Em primeiro lugar, quando o Mig tinha 3 meses, fiz um workshop de coaching (http://www.naturalcoaching.blog.com/), que me abriu a cabeça para vários elementos.

Em seguida, comecei a buscar outras mães que tinham passado por um processo de transformação intenso relacionado à vida profissional. Esta busca me moveu a criar um blog, o Empreendedorismo materno (http://empreendedorismomaterno.blogspot.com/). Entrei num novo universo. E minhas angústias iam sendo dirimidas com a ajuda de histórias de mulheres guerreiras e empreendedoras. Até hoje, o blog é fonte de inspiração.

E, além disso, comecei a escrever uma carta para o Miguel sobre as questões que eu estava vivendo. Escrevendo para ele, conseguia dizer coisas que não verbalizava nem para mim. Escrevia e chorava a cada linha, narrando para meu filho, em um documento que nem sei se ele vai ler um dia, tudo que eu estava passando. Esta carta está guardada. E volta e meia, eu volto a escrevê-la. Ela é uma carta infinita... :)

Foram estes alguns dos mecanismos que eu encontrei para viver este momento tão doloroso da forma mais sensível e respeitosa possível. Comigo e com ele e com a nossa família.

Meu marido me apoiava o tempo todo, me questionando, buscando alternativas e me provocando a encontrar dentro de mim as respostas. Sim, elas sempre estão dentro de nós. Assim como nossos limites.

Além das aflições relacionadas à separação, eu tinha mil grilos ligados à amamentação. Queria amamentar exclusivamente ao seio até os 6 meses. E tinha pavor só de pensar em ordenhar e deixar leite estocado. Tinha a nítida certeza de que não teria capacidade e energia alguma para fazer estocagem de leite materno. Hoje, entendo que, na verdade, eu não duvidava da minha capacidade de fazer isso, apenas simplesmente não queria fazer isso.

Recomeço
Respeitando a minha emoção, a minha vontade e as possibilidades financeiras da nossa família (que me impediam de simplesmente cogitar a possibilidade de parar de trabalhar), conseguimos construir um caminho intermediário para a volta ao trabalho. Ou o recomeço.

Aos 5 meses, ao fim da licença maternidade, voltei a exercer minhas atividades profissionais e de pesquisa a partir da minha casa. Antes disso, já escrevia o blog e fazia “bicos” para experimentar outras atividades que porventura pudessem se encaixar na minha nova forma de trabalho. Há dois meses, conto com o apoio da minha sogra, que me ajuda diariamente cuidando do Miguel enquanto trabalho e me acompanha em encontros e reuniões fora de casa.

Ainda o amamento ao seio, mesmo com a introdução alimentar caminhando bem. Isso soa estranho para algumas pessoas. Cheguei a receber proposta de trabalho de gente que não aceitou este formato. “Fazer intervalo na reunião para amamentar? Não. É melhor voltar a te ligar quando ele estiver maior”, ouvi.

Mas felizmente ainda existe gente que entende e apóia a maternidade ativa no mundo do trabalho. E existe gente que acredita que trabalhando assim, respeitando nossa maternidade e aliando-a às atividades profissionais, inclusive os resultados são melhores. Sim, virei uma profissional mais produtiva e mais objetiva. Não tenho tempo a perder! Sobre isso, naquela consulta dos 3 meses, o Cacá também havia me alertado!

Lições
Hoje, vivemos outro tipo de angústia, porque em janeiro, queremos começar uma nova fase: a do berçário. Mas já acho que posso chamar isso de um relato parcial de volta ao trabalho. Parcial, porque o processo é sem fim, e os seus aspectos, múltiplos. Claro que não dei conta de todos eles neste texto. Mas sempre penso que vale a pena compartilhar. Porque para mim, foi e é muito importante ler histórias de outras mães.

Acho importante dividir as lições que este processo me trouxe até aqui.
Umas delas é que sofri muito ouvindo histórias que eu sabia que não poderia ter. Mas este sofrimento foi transformador. Virou uma espécie de “mola” para me impulsionar rumo à minha história, que construí junto com meu filho e meu marido, com ajuda das amigas mães e o apoio da família. Mas aprendi que cada história é uma e que cada maternidade tem seu limite. Eu não poderia abandonar minha carreira (nem temporariamente) para ficar com meu filho por um ou dois anos. Este era meu limite. E a solução foi um modelo intermediário, que tem seus muitos problemas, mas que foi o possível para mim e para nós.

A segunda lição foi esta. Minha maternidade é a possível para mim e para o Miguel. Nem mais, nem menos. Tem que caber todo mundo na conta. E eu cheguei a uma fórmula em que cabe todo mundo.

A terceira lição foi não demonizar a volta ao trabalho. Esta é quase um conselho para outras mães. Sim, quando somos mães de 3 meses, voltar parece impossível. Mas quando somos mães de mais meses (e o tempo vai de cada uma...), voltar (ou recomeçar) é fundamental. E foi bom voltar! Senti-me bem trabalhando, retomando o contato com pessoas queridas, com uma vida ativa que eu sempre tive. No começo, até me senti um pouco culpada por gostar e estar bem no trabalho. Mas esta culpa logo passou!

A outra lição foi a de que é importante poder respeitar o tempo da mãe e do filho. Isso é quase abstrato, mas as duas partes têm que se ouvir muito, dialogar muito. O mundo do trabalho e as lógicas da vida moderna às vezes nos impõem prazos que não são condizentes com esta necessidade (de uma ligação mais emocional e menos pragmática e racional), mas é tão importante este respeito existir!! Conheço mães que sentiram necessidade de voltar aos 2, 3 meses. E não as condeno por isso. As respeito muito.

Mas o meu tempo foi outro. Precisei destes meses a mais. Precisei amamentar meu filho ao seio por pelo menos 6 meses. Precisei encontrar alternativas e trabalhar a partir da minha casa para conseguir me separar dele aos poucos. Na prática, voltei a exercer outras atividades quando ele tinha 3 meses, com o blog, e a experimentar outros formatos quando ele tinha 4. Vejam que ironia! Meu medo de voltar me fez voltar antes dos 5 meses que eu tinha!

Mas foi deste modo que conquistei minha paz interior e a família conquistou harmonia. E só assim vou desmistificando aquele palavrão horrível chamado “separação”. A verdade é que ela vai acontecendo aos poucos. E a gente tem que ter sensibilidade e força para vivê-la e revivê-la. Porque ela tem múltiplas facetas ao longo da vida. E o recomeço da vida profissional é apenas um dos seus formatos.

É por isso é que eu digo: não existe volta ao trabalho. E cada separação que viveremos dos nossos filhos, provavelmente, será um novo recomeço.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

3 minutos a mais com a mãe


Uma em cada quatro crianças apresenta uma forma branda de anemia na primeira infância. Mesmo na Europa, essa taxa é de 5%. Como a falta de ferro durante os primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento neurológico das crianças, essa alta frequência de anemia infantil preocupa os pediatras.

Agora, um grupo de médicos suecos descobriu uma maneira simples e barata de eliminar o problema. Basta cortar o cordão umbilical três minutos mais tarde.

Toda criança nasce ligada à placenta pelo cordão umbilical. Nos instantes iniciais de sua vida fora do útero, ela ainda recebe o oxigênio necessário por meio do cordão umbilical. Logo em seguida, começa a respirar e, a partir desse momento, seu suprimento de oxigênio deixa de vir da placenta e passa a vir diretamente da atmosfera.

Em seguida, um mecanismo fisiológico contrai o cordão umbilical, interrompendo o fluxo de sangue entre o placenta e o recém-nascido, e ele se torna independente da mãe. Nos hospitais modernos, o médico coloca um clipe e corta o cordão imediatamente após o parto.

Nos outros mamíferos e nos partos fora do ambiente hospitalar (em tribos indígenas, por exemplo), o rompimento do cordão umbilical leva mais tempo. As contrações continuam, a placenta é expelida e somente depois o cordão umbilical se rompe ou é cortado pela mãe.

Faz muitos anos que se sabe que nos primeiros minutos após o parto, antes do fluxo de sangue ser interrompido pela contração natural do cordão, um volume razoável de sangue passa da placenta para o recém-nascido. Nos seres humanos, esse volume chega a ser 100 mililitros, o equivalente ao de uma xícara de leite.

Será que o ato de colocar um clipe e cortar o cordão umbilical imediatamente após o nascimento não estaria privando as crianças dessa xícara extra de sangue? E será que não seria essa a causa para a anemia observada em um número tão grande de crianças?

Espera. Para testar a ideia, os médicos atrasaram o momento em que o médico coloca o clipe e corta o cordão umbilical. Foram estudados 400 partos, divididos em dois grupos. Nas mulheres do primeiro grupo, o cordão foi cortado dez segundos após o nascimento, como é a prática usual. No segundo grupo, os médicos esperavam 180 segundos após o nascimento, antes de colocar o clipe e cortar o cordão umbilical.

As mulheres foram incluídas em cada um dos grupos por sorteio, na hora em que chegavam ao hospital. Após o parto, as crianças de cada grupo foram acompanhadas por quatro meses. No grupo de crianças em que o cordão foi cortado imediatamente após o nascimento, 6,3% apresentavam uma anemia leve dois dias após o parto e 5,7% ainda tinham o quadro quatro meses após o nascimento. No grupo em que os médicos esperaram três minutos antes de cortar o cordão umbilical, somente 1,2% apresentava anemia aos dois dias e, mais impressionante, somente 0,6% tinha aos 4 meses - uma redução de quase dez vezes no número de crianças anêmicas aos 4 meses.

Esse resultado demonstra que manter o recém-nascido ligado ao cordão umbilical por mais três minutos pode resolver grande parte do problema da anemia infantil. Mas isso depende de esse novo procedimento ser adotado nos hospitais. Um experimento simples, baseado em uma ideia também simples, que pode resolver um problema importante. Ciência de primeira.

Mas o mais interessante é compreender por que os médicos decidiram que o procedimento correto seria cortar o cordão imediatamente após o nascimento. Em partos complicados, existem muitas razões para cortar imediatamente o cordão, mas ninguém conseguiu me explicar por que esse procedimento foi adotado como padrão nos partos absolutamente normais.

Durante milhões de anos, os primatas (e todos os outros mamíferos) viveram sem clipes e tesouras, em um ambiente em que o cordão era rompido muito mais tarde. Não seria de se esperar que o processo evolutivo tivesse, ao longo do tempo, ajustado corretamente o momento em que o cordão naturalmente interrompe o fluxo de sangue entre a placenta e o recém-nascido?

Ao decidir que o correto é cortar imediatamente o cordão, os médicos da época não consideraram a possibilidade de existir uma boa razão para o processo de seleção natural ter "escolhido" deixar o recém-nascido passar seus primeiros três minutos ainda ligado à mãe. Darwin deveria ser estudado nas escolas de Medicina.

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,3-minutos-a-mais-com-a-mae-,808069,0.htm

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tem Slingada especial neste fim de semana!!!

Clique na imagem para ampliar

Maternas!

Tem Slingada especial esse sábado dia 10/12/2011 das 10 às 18 horas.

Além da Slingada tradicional teremos um bazar com slings, roupas infantis, fralda de pano, brinquedos, comidinhas, sucos e muito mais... tudo com preços especiais (desconto de até 70%) para deixar o seu Natal cheio de presentes.

O evento é aberto e gratuito e durante o evento estaremos arrecadando doações de roupas, acessórios, fraldas, brinquedos e o que mais quiser doar para ser enviados para a Casa Angela (http://www.casaangela.org.br/).

Oficinas:

11:00 horas - Shantala para bebês com Priscila Castanho
12:00 horas - Shantala para Gestantes com Priscila Castanho
16:00 horas - Ateliê Sensorial com Pediatra Dr. Cacá

Onde: Espaço Nascente
Rua Grajaú, 599
Próximo ao Metrô e Av. Sumaré
Horário: 10 às 18:00 horas

Mais informações visite: www.slingada.blogspot.com

Espero por vcs.

Obs: O evento só será cancelado se chover muito durante todo o dia, se for só garoinha estaremos lá.

Bjs

Rosangela Alves
consultoria gratuita em carregadores para bebês
Sampa Slings /Amollis
www.slingada.blogspot.com
www.sampasling.com.br
www.maternaemcanto.blogspot.com
83839075

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sobre o apego


por: Naíme Silva
Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
(Renato Russo)

Quando Abá nasceu, apesar de toda a minha formação em Psicologia há 18 anos, senti-me perdida. Meu coração pedia uma “selvageria” , um grude, um apego, uma emergência que de longe eu sabia que estava escrito no DNA materno. Eu queria encaixar o que diziam as pessoas, aquilo que elas pregavam como certo, no que ditava meu coração:

• bebês não podem ficar na teta o tempo todo, acostumam mal;
• bebês não podem dormir com os pais, depois não sairão da sua cama;
• bebês não podem ficar no colo, senão ficam manhosos;
• enquanto ele dorme, você aproveita para dormir (e longe do bebê, claro!);
• se ele chorar muito é porque seu leite não o está sustentando, precisa de dar leite de vaca que é bem mais forte;
• afinal, quando você vai dar uma chupeta para esse menino?

E, esses dias mesmo, uma grande amiga, psicóloga também, me disse: “Esse menino já está grande demais pra dormir no seu colo, ele não é mais bebê, coloque-o no berço!”

Tá bom, vamos assumir de uma vez por todas: a cada dia que passa deixamos de lado nossa porção humana! Como é possível que as pessoas pensem ser um absurdo uma mãe que deixa seu filho dormir todas as tardes no seu colo, mas não achariam nenhum absurdo que ela passasse toda a tarde navegando na internet enquanto seu filho dorme no berço?

Voltando ao nascimento de Abá, me senti tão desorientada, tão aflita e tão confusa e comecei buscar referências e demorou mas achei: a primeira referência e conforto para as minhas aflições encontrei no mamíferas… poxa, eu era mamífera e não tinha me dado conta! Depois encontrei a rede AMS (Aleitamento Materno Solidário), o coletivo feminista de sexualidade e saúde! A verdade é que encontrei uma mulherada porreta que já vinha há um bom tempo refletindo estas questões.

Retomei Winnicott, retomei John Bowlby e René Spitz, conheci a Simone de Carvalho e Grasielly Mariano, encontrei-me com Laura Gutman e o Dr. Gonzalez, fiz amizade com a Renata Penna e Dra. Andreia Mortensen. Ufa, ALÍVIO, há gente, há teoria, há argumentação para as minhas atitudes e sentimentos. Estamos numa época em que o que é humano e natural tem de ser justificado, arguido, fundamentado. Porque perdemos no caminho a nossa essência e o que é natural e humano passou a ser estranho, alternativo.

Explico: vejo uma grande contradição em nossa cultura ocidental, nós colocamos limites precoces aos nossos bebês, como dormir em berços desde o nascimento, não pegar muito no colo, calar a boca com chupetas e encher o bucho com mamadeiras, exigir que durmam a noite toda e depor contra o apego inicial e necessário. Quando depois eles crescem, os xingamos de “mal-educados”, que só comem lixo, que são birrentos e desobedientes e não enxergamos que nossas crianças são na verdade fruto de nosso abandono físico e emocional. E mais: quando os filhos estão adultos, com uma atitude de adolescência tardia ou sem o menor vínculo com mãe e pai, tocando suas próprias vidas e família, ouvimos as reclamações maternas:

• faz uns meses que minha filha sequer dá-me um telefonema, anda muito ocupada;
• ele chega em casa e não fala comigo, tranca-se no quarto e passa a madrugada na internet, nem parece mais que mora nessa casa;
• aqui não sentam à mesa para comer conosco, sinto que não tenho mais filhos;
• não sabemos mais o que é passar o Natal com os filhos.

Ora essa, querem o apego numa ordem invertida? Não ouviram seus corações, não desenvolveram apego na infância com seus filhos e filhas e desejam vínculo mais tarde?

A independência, a autonomia, o respeito à diferença e a convivência saudável em sociedade só são possíveis quando, na mais tenra infância, as crianças podem ter a presença, o apego e acesso aos corpos da mamãe e do papai. Isso lhes dará segurança, confiança, apoio e liberdade para crescerem e suportarem as adversidades, os conflitos humanos, as dificuldades na vida em sociedade e mesmo a vinculação parental, a gratidão pela dedicação dos anos da infância de mãe e pai. Quem dera fosse apenas eu que afirmasse tudo isso, mas nas referências acima vocês poderão encontrar um vasto terreno teórico em psicanálise, na neurociência, e testemunhos de pessoas que defendem uma sociedade mais humana e mais justa em contraste com esta que temos.

Pra você mulher, que no fundo de sua alma sente que é mamífera, sente seus hormônios pulsarem na relação com seu bebê, deixe esses comentários desumanos fora do seu coração, faça ouvidos moucos, abrace sua cria, cheire, lamba, durma com ela sem culpas, amamente em livre demanda e faça um desmame natural. Deixe que seu desenvolvimento flua naturalmente, respeitando cada etapa. Deixe seu bebê dar o tom da autonomia e respeite isso. Não force o seu desenvolvimento e seja feliz em sua maternagem. Permita-se mamífera!

Fonte: http://www.mamiferas.com/blog/2011/11/