quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Leites saudáveis fora da lata

O melhor leite que existe para os humanos é o leite materno.
O leite de vaca é um excelente alimento, de primeira! Para o bezerro!

Já existem muitos pesquisadores afirmando que, apesar de ser um alimento rico em cálcio e proteínas, o consumo de leite animal pode estar associado a outros problemas de saúde, como alergias. Não apenas pela precariedade do sistema de produção e alimentação dos rebanhos, mas também por se tratar atualmente de um produto hiperprocessado, em larga escala.

Hoje damos vista a outros tipos de leite. 
Que não vem da vaca e não vem da lata.
Os leites vegetais.

Foto: Vegetarian Times

Muito embora para a ANVISA o termo "leite" seja uma denominação exclusiva para o líquido extraído dos animais, quem consome os produtos vegetais percebe o motivo da apropriação: de aparência leitosa, muitas vezes cremosos e adocicados, os leites vegetais são ricos em vitaminas e minerais. O leite de amêndoas por exemplo é uma fonte rica de vitamina E, cálcio, fósforo, magnésio, proteína e gordura monoinsaturada.

O leite vegetal é uma excelente alternativa ao leite de vaca, tanto para adultos quanto para crianças fora da fase de aleitamento materno. Muitas famílias com filhos Alérgicos à Proteína do Leite de Vaca encontram nessa  opção solução para manter uma dieta equilibrada e segura, sem as inúmeras restrições que nos impõe a exclusão dos laticínios, em uma cultura alimentar como a nossa.
Ainda que já existam no mercado produtos prontos extraídos de vegetais, o ideal para o consumo diário desses leites é que sejam preparados em casa. E ainda que existam máquinas que prometem facilitar o processo, fazer leite vegetal em casa não é tão complicado quanto parece.

Alguns grãos e tubérculos poderão ser simplesmente batidos com água e coados. Outros, exigem algum tempo de molho ou cozimento.

Veja nesses links como preparar os leites vegetais:

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Alfabetizar precocemente significa empurrar a criança para o mundo adulto antes da hora



É possível alfabetizar uma criança com menos de 7, 6 ou até 5 anos de idade? Sim, é possível alfabetizar muito cedo uma criança. Mas será uma alfabetização significativa? Que comprometimentos podem advir do que entendemos como aceleração da alfabetização? Qual é o ganho efetivo para a criança?

Ouço muitas vezes no consultório os pais preocupados com o futuro caminho profissional definido pelo vestibular de seu filho ou filha de apenas 3, 4, 5 anos. Quando pergunto aos pais o que eles entendem do brincar de sua criança, geralmente respondem que é apenas um passatempo, exceto pelos jogos de raciocínio. Eles consideram importante preparar a sua criança para a vida, para a competição do mundo, para uma profissão que lhe dê “felicidade” – palavra quase sempre atrelada a “dinheiro”.

No entanto, se olhamos a criança quando ela está brincando, fantasiando, subindo em árvores ou correndo com outras crianças, verificamos um universo muito particular no qual ela desenvolve capacidades e uma confiança que, muitas vezes, não encontramos no universo dos adultos bem sucedidos. É por esse motivo que nas escolas Waldorf nós defendemos que até pelo menos os 6 ou 7 anos a criança simplesmente… brinque. O tempo que alguns julgam que ela “perde” por não ser rapidamente alfabetizada, ela na verdade ganha, acumulando forças internas para poder enfrentar o mundo que às vezes tanto preocupa os adultos.

Há quase 100 anos da fundação da primeira escola Waldorf na Alemanha, baseada em uma concepção de mundo denominada de Antroposofia, elaborada por Rudolf Steiner, confiamos cada vez mais nos resultados dessa prática, hoje disseminada em mais de 3 mil instituições em todo o mundo (com cerca de 25 escolas no Brasil, e dezenas de jardins de infância) orientando educadores quanto a essa questão. A antropologia antroposófica reconhece a importância do desenvolvimento físico, anímico e espiritual do ser humano em formação. Os sete primeiros anos da criança, por exemplo, representam uma fase de grande dispêndio de energia para preparar toda uma condição física. Isso se evidencia em um desenvolvimento neurológico e sensorial que tem sua expressão no domínio corporal, na linguagem oral, na fantasia, na inteligência.

Contudo, é na atividade do brincar que essas capacidades são desenvolvidas com alegria e seriedade, com atenção e responsabilidade, com segurança e confiança em um mundo bom, que não exige da criança além de suas possibilidades, ou seja, uma entrada precoce no mundo adulto. E alfabetizar precocemente significa empurrar a criança para o mundo adulto (para o qual ela não está preparada, portanto) antes da hora, um gasto de energia que poderá fazer falta na vida futura dela.

Em minha experiência docente, assim como psicopedagógica, sempre constato que, para uma criança pequena, o código alfabético é estéril, sem cor, sem beleza, pois é abstrato e desconhecido. Mesmo depois de alfabetizada, é o desenho que representa tão significativamente as suas vivências. Podemos verificar tal condição quando estudamos a escrita gráfica de nossos antepassados longínquos e a forma de comunicação de nossas crianças, o desenho. A escrita do povo egípcio, os hieróglifos, é a representação objetiva da realidade, ou seja, a re(a)presentação do mundo sensório pelo desenho. Mas quando em 3.000 a.C. surgiu a escrita fonética dos fenícios, ocorreu um distanciamento dessa forma de expressão, porque as letras não tem mais relação direta com os elementos do mundo circundante.

O desenho da criança é a forma de comunicação natural, semelhante aos antigos egípcios, que revela seu universo infantil com o código que lhe é caro e próprio. Quando a sua criança lhe mostra um desenho que tenha feito, ela está lhe contando como vê o mundo, como se sente, se está alegre ou triste. Não é só a escrita que é capaz disso.

Nas escolas Waldorf a alfabetização pelo código fonético inicia-se pelo desenho, de forma lenta e gradual, a partir dos 6 1/2 ou 7 anos, mas o desenho e a pintura correm em paralelo por toda a escolaridade, como uma forma de comunicação tão importante quanto nossa linguagem escrita.

A pedagogia Waldorf pressupõe que o professor, realizador dessa pedagogia, conheça o ser humano em seu desenvolvimento geral, respeite o contexto sociocultural em que o aluno está inserido e sua individualidade, saiba organizar seu ensino privilegiando a brincadeira, o canto, a dança, para que a alfabetização (e qualquer outro conteúdo de ensino) tenha significado e seja efetiva.

O brincar da criança, seu desenho, sua imaginação e sua criatividade, fazem parte de seu aprendizado sobre o mundo e sobre si mesma. O brincar representa o princípio lúdico que embasa as atividades dinâmicas e artísticas e pode orientar toda a prática docente, mas que também dá significado ao ensino-aprendizado, pois pode expressar o motivo, assim como, o vínculo afetivo com o professor e com o conteúdo.

Termino com uma frase do filósofo Friedrich Schiller: “O homem só brinca ou joga enquanto é homem no pleno sentido da palavra, e só é homem enquanto brinca ou joga”.

Texto de Sueli Pecci Passerini, publicado no caderno Aliás do jornal O Estado de São Paulo, p. J8, 30/9/12. (Versão revista em 9/11/12). Retirado do grupo Pedagogia Waldorf para a Família, no Facebook.

Sueli Passerini é Doutora em psicologia pela USP (Universidade de São Paulo), professora da FAAP e autora de O Fio de Ariadne – um caminho para a narração de histórias, 3a. ed., São Paulo: Editora Antroposófica, 2011. Integra a Aliança pela Infância e é professora dos cursos de pós-graduação em Pedagogia Waldorf no Centro Universitário Italo Brasileiro de São Paulo e Universidade Santa Cecília de Santos.


Saiba mais: 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Colo mágico





Carregar o filho junto ao corpo voltou à moda. Descubra a importância do colo e a origem do sling


Por Deborah Trevizan*, mãe da Isadora e do Pietro

Nascer deve ser um tremendo susto. Dentro do útero, aconchegado e embalado 24 horas por dia, o bebê não precisa fazer nada para conseguir o que quer: comer, dormir... Está tudo lá. Do lado de fora, começa uma verdadeira batalha. Daí, só chorando mesmo.

Qual a mãe que nunca ouviu, em forma de conselho, que seu filho está ficando muito no colo, que vai ficar mal acostumado e manhoso? Às vezes, até os próprios médicos aconselham a não atender nossas crias assim tão prontamente, tirando do berço ao primeiro sinal de desconforto, com o perigo de torná-los dependentes demais.



No livro o Bebê mais Feliz do Pedaço, o pediatra norte americano Dr. Harvey Karp conta a história de uma tribo no deserto de Kalahari, na África. Na tribo Kung, as mães carregam seus filhos por quase 24 horas, diariamente. Isto mesmo: andam, trabalham, comem, dormem sempre com os filhos grudadinhos, amarrados ao corpo por meio de uma tira de couro. Cientistas passaram algum tempo observando os hábitos da tribo e em relação aos bebês fizeram uma interessante observação: eles nunca choram ou, pelo menos, não choram desesperadamente como muitos bebês. Será que é uma coincidência ou eles são mais calmos por continuarem a ter seus desejos e necessidades satisfeitos imediatamente após o nascimento?



Mães asiáticas, africanas e da América do Sul sempre privilegiaram o contato com o bebê e carregam suas crias para cima e para baixo em cangurus e carregadores (vale até lenços amarrados). Estas mães serviram de modelo para que diversos tipos de carregadores de bebês surgissem. A idéia se espalhou pela Europa, EUA e chegou ao Brasil: cada vez mais mulheres usam slings, wraps, fast wraps, mei tais e cangurus. Há até um termo usado nos EUA para estes carregadores: babywearing, criado pela família do Dr. Sears, renomado médico que comprou a idéia do carregador de bebês moderno, com a incorporação de um par de argolas no lugar do tradicional nó. 

Segundo o conceito do Dr. Sears, o sling é o instrumento, mas o objetivo principal é o colo.

Este costume chegou ao Brasil por meio de mulheres que tiveram contato com carregadores estrangeiros e o sling tem sido o preferido entre as brasileiras. Nosso toque foi dado com estampas, cores e tecidos leves. A pioneira na fabricação brasileira foi Analy Uriarte, mãe de Teodoro, Bruna e Frederico, desde 2003. Em 2007, Analy abriu a Sampasling com mais duas sócias. Ela conta que começou a fabricá-los para promover o babywearing, quando seu primeiro filho nasceu, há oito anos.

Naquela época, as pessoas estranhavam ao ver o menino pendurado junto ao corpo da mãe. Três anos depois, quando a segunda filha nasceu, as coisas foram diferentes. “Existe uma desconfiança inicial, mas depois passa. O bebê quer colo mesmo e a mãe precisa usar os braços. Acho que o sling ficou adormecido, mas não esquecido”, afirma Analy, lembrando que hoje já virou moda entre famosas. Atualmente, Analy está radicada no Paraguai e promove um trabalho social para divulgar o babywearing.

Analy, ao centro na primeira Slingada


Movimento mundial

A onda virou um movimento mundial: em 2008, aconteceu a primeira Semana Mundial do Babywearing. Mães de todo o mundo se reuniram com seus bebês a tiracolo. Em São Paulo, um grupo de mulheres também se organizou em um evento no Parque da Água Branca, zona oeste da cidade, com o nome de “Me amarro num colo”.

A educadora Elly Chagas, mãe de Caetano, foi umas das organizadoras e esteve à frente do evento em São Paulo. “Procuramos destacar uma postura mais humanizada na relação entre mãe e bebê”. Ela conta que o evento teve a pretensão de ser apenas simbólico, mas se mostrou bem efetivo. Mães que não conheciam o babywearing apareceram e as mulheres presentes conversaram sobre a relação mãe-bebê e a importância do colo. “Quem participou saiu diferente”, afirma.

A teoria de que os bebês ficam mimados ou dependentes do colo é rebatida no livro O Bebê mais Feliz do Pedaço. Segundo o autor, mesmo se um bebê ficasse no colo por 12 horas ao dia, não poderia ser considerado um excesso, pois já seria uma redução de 50% do que ele desfrutava no útero, 24 horas.



O carrinho é um lugar confortável e prático para mães e bebês, mas nem sempre é a melhor opção. Uma pesquisa feita pela Universidade de Dundee, na Escócia, analisou mais de 2.700 grupos de pais e filhos: os pais que empurravam seus filhos no carrinho em posição de costas conversavam menos com a criança, que geralmente ficava estressada. Por outro lado, bebês e crianças levadas de frente para quem as conduziam ficaram mais propensas a falar, rir e interagir. Ou seja, a atenção não faz mal e o colo é a forma mais natural de dar conforto e amor ao bebê, do mesmo jeitinho que era dentro do útero.

Para o pediatra Carlos Eduardo Corrêa, filho de Victor e Sylma, não existe mimo em relação à criança com menos de um ano. “Carente fica quem não tem”, diz ele. “É incoerente pensar que o certo é afastar o bebê da mãe, como acontece desde o nascimento nos hospitais. Hoje, algumas instituições já adotam o alojamento conjunto”, explica. Segundo o médico, seguimos uma tendência européia de evitar o contato físico. Ele ainda explica que estas regras impostas pela puericultura, divisão da medicina que trata de bebês, é algo que vem em um “pacote” de regras, aprendido pelos médicos em sua formação. Colocar hora e tempo para mamar, por exemplo, sugere uma rotina que não há razão para ser seguida por todos, pois cada família tem seu ritmo.

A psicóloga e psicopedagoga Eliana de Barros Santos, mãe da Mariana, da Rebeca e Laerte, concorda que dar colo é se entregar. “A mãe que não está disponível não exerce a maternidade em sua plenitude”, afirma. Foi esta entrega à maternidade que motivou a professora de dança Tatiana Tardioli, mãe de Nina e Gil, a carregar sua filha para o trabalho, auxiliando outras mães neste período. Ela dá aulas de dança para mães e bebês em São Paulo, utilizando carregadores. Seu projeto já está espalhado por todas as regiões do país, difundindo a prática. “Eu dancei e dei aulas de dança durante toda a gravidez da minha filha. A doula que acompanhou meu parto sugeriu que eu lecionasse para mães e bebês ao mesmo tempo, aí criei a proposta do curso, somando minha experiência, conhecimentos sobre o corpo e cuidados com o bebê."

Afinal, qual é o problema em relação ao excesso de colo? “O colo deixa de ser saudável quando impede o desenvolvimento físico”, diz Eliana. Em outras palavras, só não vale sufocar a criança e impedir seus movimentos. A pediatra Elga Castanheira, mãe do Rodrigo, do Ricardo, da Renata e do Rafael, afirma que qualquer excesso não é bom. “Houve uma época em que o colo e outras atitudes de cuidado com os bebês foram consideradas cuidados extremos e desnecessários. Isto felizmente já mudou e atualmente sabe-se que o carinho é fundamental para o desenvolvimento da criança. A amamentação não é feita no colo?”, completa.

Mãe canguru

Outra prova de que colo faz bem é o método conhecido com Mãe Canguru, muito utilizado com bebês prematuros. O Método Mãe Canguru foi inicialmente desenvolvido em maternidades da Guatemala onde a falta de incubadoras fez com que pusessem os bebês dentro das roupas das mães para mantê-los aquecidos. Desde então tem demonstrado beneficiar muito recém-nascidos permitindo que eles regulem melhor seu ritmo cardíaco e sua respiração, melhorem o sono, cresçam mais depressa e com menos choro e recebam alta antes dos prematuros que não usaram o método.

Projeto Pequenos Guerreiros

Tipos de carregadores

Sling: “Slingar” um bebê é transportá-lo junto ao corpo, sustentado por meio de uma faixa. Há slings que funcionam como uma “rede”, inteiros, onde os bebês se acomodam. Outros têm argolas e podem ser ajustados.

Sling tipo Pouch da Lilith



Wrap: É um pano que tem de 4 a 6 metros de comprimento e é amarrado dependendo da forma em que o bebê é colocado. Ele pode ser carregado na frente ou de costas, com uma boa distribuição de peso.

WrapSling da SampaSling

Fast Wrap: Uma variação do wrap. Prático para passeios ou uso domiciliar. Não tem fivelas, zíperes, nenhum ajuste e vem em 5 tamanhos. Dá para carregar o bebê em várias posições: na frente, nas costas ou de lado, dependendo da idade e do desenvolvimento. Quando a criança dorme, é só puxar o tecido para apoiar a cabeça.

Aula da Dança Materna no Rio de Janeiro - Foto Amarelinha Fotografia


Canguru: é o mais tradicional. É como se fosse uma cadeirinha com fivelas reguláveis. Pode ser usado na frente ou nas costas de quem o leva. A posição do bebê também pode variar entre virado para quem o carrega ou de costas.

Canguru ErgoBaby


Mei Tai: Com origem na Ásia, seu formato pode ser quadrado ou retangular e tem alças em cada canto, que são amarradas na cintura e passam pelos ombros e costas. A professora de inglês Heather Allan da Silva, mãe de Emily, Anna Elisa, Luca, Logan e grávida do Leo, usa muito o Mei Tai. “A vantagem é poder colocar bebês maiores com apoio nos dois ombros, mas mantendo as pernas em uma posição que não sobrecarrega a coluna da mãe.”



* Fonte: Núcleo Nove Luas

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Esse texto foi originalmente publicado em 24/09/09

sábado, 5 de setembro de 2015

Babywearing desde quando?

Uma das perguntas mais freqüentes de mães de recém nascidos é desde quando podem colocar o bebê no carregador. A resposta é: desde sempre.




Nessa imagem vemos uma mãe colocando um bebê de apenas alguns dias num carregador. Ele vai se aninhando na posição vertical, que é considerada pelos profissionais que implementaram o método canguru como a posição ideal. A posição é barriga a barriga com a mãe, pernas abertas, pés fletidos em posição de sapo, amarrado gentilmente contra o corpo do adulto.

O bebê prematuro pode ser mantido o tempo todo nessa posição, pois o adulto é sua encubadora. Num bebê à termo, não existe essa necessiadade, mas não existe contra-indicação para o tempo de colo oferecido.

A ideia é que o binômio mãe e bebê esteja em sintonia o suficiente para que ambos explorem as vantagens do babywearing pelos espaços de tempo que lhes forem confortáveis.

A posição vertical é facilitadora da digestão e evita os refluxos uma vez que os ácidos do estômago permanecem por ali, coisa que quando o bebê é colocado deitado pode ser prejudicial. O costume antigo de "colocar para arrotar" está para além de fazer o ar engolido durante as mamadas sair pela boca do bebê. A posição vertical é recomendada também para a diminuição de gases e possíveis cólicas do recém nascido. 

Uma das maiores vantagens do babywearing sem restrição para recém nascidos é a proximidade ao corpo da mãe e seus impactos positivos na amamentação. O leite humano é altamente calórico, mas de baixa gordura e proteína se comparado por exemplo com o leite de um urso, que pode deixar seus filhotes em uma caverna por longas horas para caçar, graças ao seu leite gordíssimo. Nosso leite seria o equivalente ao leite dos animais como o macaco ou o canguru, animais que carregam seus filhos consigo. 

Com o bebê em contato, o corpo feminino está constantemente liberando ocitocina e fabricando leite, com a descida da prolactina. A mãe também é naturalmente encorajada a perceber os sinais mais sutis do filho, e o bebê recebe leite com mais freqüência. Maior estímulo, maior produção e simbiose dos ritmos naturais dos dois corpos recém separados ditam a tônica do carregar o bebê ao longo dos dias.

O carregador vai permitindo que o corpo do bebê atue em transição entre a mãe e o mundo. 



E até quando o bebê pode ser levado no carregador? A resposta é diametralmente oposta à premissa do texto: até quando mãe e filho quiserem. Não há limite de idade para que uma crianças seja carregada no colo por seus genitores e, ainda que o senso comum insista em frases de efeito sobre "mal acostumar com o colo", não há absolutamente nada na literatura científica que sugira algum tipo de malefício para quem passou a primeiríssima parte da vida suspenso em afeto.


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No próximo sábado, dia 12/09 acontecerá o lançamento da edição em português do livro Besame Mucho de Carlos Gonzáles. Confira a programação do Espaço Nascente e venha participar!