sexta-feira, 25 de março de 2011

Curso: Ervas Aromáticas e Medicinais para a saúde da mãe e do bebê


Há milhares de anos o homem usa as ervas aromáticas e medicinais para gerar saúde, melhorar o aroma e sabor dos alimentos e no auxílio da prevenção e cura de diversos males.

No pós parto, a mulher entra na quarentena, época de recuperação deste processo tão forte e milagroso que é a gravidez e o parto. Este é um momento de recolhimento, recuperação, cuidados e total doação a estepequeno ser que invade com tanta força a vida da família, em especial da mãe.

As ervas aromáticas e medicinais podem ser grandes aliadas nesta hora. No Workshop Ervas Aromáticas e Medicinais para a Saúde do Bebê e da Mamãe vamos abordar alguns temas interessantes:
Conteúdo:

  • O nascimento - do mundo aquático para o mundo terrestre;
  • O bebê como ser sensorial - as primeiras experiências;
  • O começo – cuidados iniciais com a delicada pele do bebê – cuidados com a mãe no pós parto;
  • Ervas para a saúde da mamãe e do bebê: camomila, calêndula, tansagem, rosa, aveia, bálsamo, lavanda, algodão, beldroega, babosa, mil em rama/novalgina;
  • Óleos essenciais para banhos e massagens;
  • Manipulação caseira de preparados com ervas – chás, banhos, banhos de assento, óleos para massagens.
  • Vamos tomar banho? Banho de aveia com camomila no balde para os bebês.


Data: 09/04/2011
Horário: das 10h às 12h30
Valor: R$ 100,00

Local: Espaço Nascente - Rua Grajau, 599 - Sumaré
Informações e inscrições: 3672-6561


Segue uma receita de banho para os bebês:

Banho de Aveia

A aveia é hidratante, calmante e anti-inflamatória. O banho é indicado para acalmar peles sensíveis, coceiras causadas por alergias, catapora, urticárias e queimaduras de sol.

Modo de Fazer:
Bata 1 copo de flocos de aveia no liquidificador ou processador de alimentos até ficar um pó bem fininho. Misturar esta aveia na água morna do banho e deixar o bebê em imersão por pelo menos 10 minutos.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Meu relato de amamentação

Especial para mães cujos bebês não se encaixam nas curvas de peso!

Aviso aos leitores: esse texto é sobre minhas experiências e minhas verdades. Como li certa vez nas palavras de um monge budista: “não há verdade que mereça esse nome que não seja a que vem de dentro”.

Meu nome é Graziela e sou farmacêutica homeopata e terapeuta floral. Me orgulho de não ser vacinada e de praticamente nunca ter feito uso de drogas químicas (medicamentos alopáticos) para qualquer alteração no meu estado de saúde. Minha filha nasceu de parto natural, em casa após uma gestação tranquila regada com muita meditação, prática de ioga, terapia floral e muito, muito estudo sobre a melhor forma de trazê-la ao mundo. Nunca sequer questionei minha decisão de ter um parto sem intervenções: minha confiança na minha natureza de fêmea feita para a maternidade sempre foi maior do que qualquer medo ou dúvida que pudesse ter.

Sobre amamentação, achava que sabia tudo que importava: que não havia mulher sem leite e que era balela o papo do leite fraco. Lia mensagens de alguma mulheres com dificuldades mas achava que se tratava de despreparo, falta de confiança, e até um pouco de preguiça eu confesso! Tinha a mais absoluta certeza que bastava a vontade de amamentar, colocar o bebê no peito e pronto a mágica estava feita! Aliás, tinha o sonho e a pretensão de ajudar a abastecer algum banco de leite (tinha até as instruções e uma lista dos bancos guardada). É, não foi bem assim que aconteceu...

Carina nasceu pesando 3,575kg. Depois de 4 dias apresentava uma perda de 395g. Se não me engano foi aí a primeira vez que ouvi falar de complemetação. Ao que parece o leite ainda não havia descido... levei um pequeno susto mas nada a ponto de me perturbar. Ao contrário de muitas mulheres não estava tendo grandes dificuldades: o peito só doeu um pouquinho nos primeiros dias, o leite não empedrou, não tive febre, o peito não rachou (passava uma pomada feita pela minha mãe também farmacêutica com azeite, mateiga de cupuaçu e báslamo do peru – o ó). Depois de três dias já estava de volta ao 3,275kg e agora o leite descia de fato. Tudo calmo e tranquilo, até que...

Com 18 dias resolvi começar o acompanhamento homeopático da minha pequena. Não havia nada errado, mas como homeopata sei que quanto mais conhecimento o médico tem a respeito de seu paciente mais assertivo ele é no momento de medicar e mais rapidamente o organismo volta ao equilíbrio. Não consigo imaginar um jeito melhor de estabelecer esse vínculo do que começando no berço! E aí veio a surpresa: A Carina havia perdido peso: estava com 3,250kg. A primeira suspeita foi de infecção urinária e não vou me ater aqui à complexidade de colher urina de um bebê de menos de um mês. O que importa é que a hipótese foi descartada. Bom, então talvez eu estivesse fazendo alguma coisa errada: oferecia o peito e depois de algum tempo (não olhava para o relógio para ver quanto), quando ela soltava achava que já tinha esvaziado aquele e oferecia o outro. Naquele dia fiquei sabendo sobre leite anterior (o leite magro, cheio de imunoglobulinas mas de baixa caloria) e leite posterior (com mais gordura, sem gosto - eu experimentei - e mais difícil de sugar). Fui embora disposta a corrigir o erro e ver tudo entrar no eixos. Voltei no dia seguinte ao consultório e... nada! Nem 1g!!! Mais instruções, mais expectativa. No dia seguinte mais uma pesagem e nada de novo. Foram 5 dias de pesagem sucessivas e só 10g de ganho. O "normal" é cerca de 30g por dia...

A essa altura a médica, super incentivadora da amamentação, também já estava falando em complemento. E eu estava pirando: meu parto foi uma reafirmação de quem eu sou, das minhas crenças e daquilo ao qual dedico minha vida de trabalho. Dar leite artificial para minha filha era uma descontrução muito grande. Fugi do consultório, pedi socorro na lista de amamentação e para minha terapeuta floral. O apoio que recebi foi fundamental para me colocar no eixo de novo, em especial das outras mulheres que me relataram experiências parecidas com a nossa (e bem sucedidas). Passados alguns dias a médica veio nos ver em casa e fizemos nova pesagem. Ela havia ganho 70g em três dias, o que tanquilizou um pouco os ânimos.

EXISTEM MIL MANEIRAS DE MAMAR...

...INVENTE A SUA!

Só voltei ao consultório mais de um mês depois. Tudo na minha filha me dizia que ela estava bem: era um bebê ativo, suas funções fisiológicas estavam em perfeito funcionamento e quando se punha a chorar esbanjava energia: a vizinhança inteira a conhecia pelo choro, o que para mim era um indício muito claro de que ela não estava passando por nenhuma privação! Na nova pesagem ela estava com 3,680kg. Um ganho de pouco mais de 100g mais de 2 meses depois do nascimento. A pediatra estava preocupada, me pediu para voltar em 15 dias. E apesar de nesse meio tempo a pequena ter engordado mais 110g ela não estava convencida. Ainda recomendava a complementação.

Foi nessa fase que a família também entrou em ação. Começaram os telefonemas de parentes preocupados pois a Carina estava muito pequena, ninguém via meu peito cheio, eu sofria de um problema genético: nenhuma das mulheres mais próximas a mim teve êxito na amamentação. Sei que a preocupação era legítima, sei que a intenção era ajudar. Mas ninguém ali tinha conhecimento profundo sobre o assunto e acabou que as intervenções foram extremamente tóxicas e prejudiciais ao nosso processo. Nos momentos mais difíceis corri para a Matrice, e novamente e sempre o apoio das mulheres Maternas foi fundamental. Uma dica das mais preciosas que recebi que abro parênteses para comentar foi a de tirar o leite e derivados da minha alimentação. Eliminou completamente os gases estomacais que estavam se tornando tão constantes que a pequena em alguns momentos desistia de mamar - era um arroto a cada três sugadas...

Por outro lado eu comia tudo o que diziam que dava leite. Canjica, mingau de aveia (feito com água de ameixa), salada de escarola crua, um tal de pirão de fubá e galinha caipira pra mulher parida do qual não posso nem lembrar o cheiro - o frango já não fazia parte do meu cardápio há algum tempo... O resultado disso foi que eu, que havia ganho apenas 12kg na gestação e que em 15 dias já havia eliminado 9 voltei a engordar: um total de 18kg...

O que de fato fez alguma diferença? Tomar cerca de 5L de água ao dia. Aí sim senti meu peito encher. Mas em relação ao peso, muito pouco impacto. Mas agora não era porque não tinha leite, e sim porque o leite era fraco! Cheguei a ouvir de médicos da família (que são otorrinos) que ela teria deficiências auditivas devido ao baixo peso. Sim, nessa hora as pessoas esquecem a diferença entre baixo peso e desnutrição! Meu marido mede 1,69m e pesa (depois de ter engordado com o casamento) 60kg. Eu brigo com a balança desde os 8 anos de idade e nesse período ouvi um dos comentários mais dolorosos de toda a minha vida: que eu não queria complementar a amamentação pois tinha medo que minha filha fosse gorda (só faltou a pessoa dizer: "como você")! Ok, sei que o número de células adiposas que vamos carregar vida afora se formam na primeira infância, mas daí a achar que eu valorizaria isso mais do que a saúde da minha filha...

Nesse ponto tomei também outra decisão importante. Resolvi trocar de pediatra, e voltar ao pediatra que atendeu meu parto e que é considerado especialista em amamentação. Além da pressão da família por uma segunda opinião achava que não era justo colocar a colega homeopata em tamanha saia-justa: ela não se sentia segura em nos acompanhar da maneira que eu estava conduzindo o processo. Ao procurar o novo pediatra, em momento algum tive a intenção de tranferir a ele a responsabilidade sobre minhas decisões. Queria alguém que olhasse o quadro sem preconceitos, tivesse sensibilidade suficiente para perceber o desenvolvimento que estava além da curva de pesoXaltura e que tivesse tranquilidade suficiente para nos acompanhar. E aqui preciso dizer: para isso o Dr.Cacá é o cara!

Ele foi muito claro comigo: menos de 10% da população brasileira tinha uma curva como a da Carina. Pra quem tem uma dessa em casa (eu cheguei a fazer uma xerox mas nunca preenchi), ela estava naquela temida área vermelha, lá embaixo (quase encostando na linha de baixo). A altura também estava abaixo (não tanto quanto o peso). Mas no mais ela apresentava um desenvolvimento perfeitamente normal. Foi nesse dia que descobri que ela já brincava - pra mim bebês até começar a engatinhar sómamavam, faziam cocô, choravam e dormiam... Perguntei se ele topava nos acompanhar e a resposta foi algo como "vambora!"! Chegamos a falar em tentar tirar o leite com uma bomba elétrica (eu já havia tentado duas manuais sem sucesso) mas no final da consulta ele achou que isso poderia me deixar mais neurótica se de repente eu tivesse dificuldade. Pela força das circunstâncias dei um desconto para o "mais"....

Bom, aqui a Carina estava com 3 meses e pouco e não havia ganho ainda 1kg desde o parto. Aliás, isso só aconteceu do quarto para o quinto mês. E ela usou roupas de recém-nascida até os 6 meses. Hoje quando vejo as fotos entendo porque as pessoas na rua me perguntavam se ela era prematura... Mas na época isso quase me enlouquecia. E eu tinha que recorrer as minhas lições de homeopatia, que enfatizam a INDIVIDUALIDADE como única referência para a saúde. As curvas são médias coletadas sabe-se-deus em que tipo de população, levando-se em conta quais viéses. Servem para dar uma idéia, mas usá-las como verdade suprema é um erro. Minha filha é prova disso.

Mas por ironia do destino foi justamente no congresso de homeopatia do qual participei quando a Carina estava com 5 meses é que "apanhei" mais. Fui questionada à exaustão por colegas que não se convenciam de que não iriam me convencer a complementar a amamentação. Também insistiam muito na introdução de alimentos. Tempos difíceis.

Faltavam cerca de 10 dias para a Carina completar 6 meses quando meu carro quebrou no Ipiranga (moro em Perdizes). Era hora do almoço e eu estava longe da minha filha. Quando finalmente consegui chegar minha mãe havia dado uma pêra para ela. Foi quando cedi. Comecei a introdução. Sem regras, sem pressa, e sem restringir nem um pouquinho a amamentação: se ela queria mamar e era hora do almoço, o mamar era prioridade. Não cheguei à perfeição dos 6 meses exclusivos como ansiava, mas dadas as circusntâncias fui longe, muito longe.

Algumas pessoas podem pensar que pra mim foi mais fácil: sou profissional de saúde, ainda mais da área alternativa. Mas para os desavisados: acima de tudo sou mãe de primeira viagem. A minha insistência, minha teimosia foi pautada pela minha certeza de estar fazendo o melhor para ela, mas essa certeza foi extremamente questonada e pressionada ao longo de 6 meses. Se estou certa ou não, só um futuro longínquo vai dizer. O que posso dizer, agora corujando um pouquinho, é que o desenvolvimento intelectual da minha filha deixa a todos preplexos. Amante da música, recita o "pato pateta" inteiro desde 1 ano e meio. Já reza para o anjo da guarda e com menos de 1 ano e 11 meses canta "como é grande o meu amor por você" (cantava pra ela desde o útero), além de já saber calçar os sapatos. O peso? Agora está um pouquinho acima da curva, assim como a altutra. É uma magrela de coxas grossas. Quando se enquadrou? Não tenho muita certeza, acho que lá pelo oitavo mês. Sumi do consultório quando ela estava com 9 meses e só voltei com 1 ano e 10m para trocar uma idéias com o queridíssimo Dr.Cacá.

E a Carina ainda mama no peito. Livre demanda, inclusive nas madrugadas (quase 2 anos sem dormir uma noite inteira - porque nas raríssimas vezes que a pequena não acordou para mamar eu acordei mais vezes que o usual para ver se estava tudo bem). Só agora começo a colocar algumas regrinhas, como não mamar andando pela rua pois ela está pesada e já não aguento mais carregá-la (engraçado, devido às Carina com 4 meses e 12 dias (e menos de 4,5 Kg)minhas lutas com a balança meu peito já era caído antes e achava que ia ter vergonha de amamentar em público - mas virei a rainha do peito-de-fora pelas ruas de Perdizes)...

Mas é tudo explicado, e ela já é capaz de entender as restrições. Quando me perguntam até quando vou amamentar digo que pelo menos até os dois anos, como recomendado pela OMS (embora a maioria considere exagero é difícil arrumar argumentos para contestar a OMS...). E depois? Não sei, vamos ver juntas.

Amamentar para mim vai muito além de alimentar, de doar anticorpos. É um ato de amor, é um ato de doação de alma, de criar um vínculo de afeto e segurança que esse serzinho vai levar pela vida afora. Embora tenha sido um começo difícil, passaria por tudo novamente pois não há nada no resultado que me faça questionar se valeu ou não a pena. Quando olho para minha filha hoje, o único arrependimento é não ter me informado mais para enfrentar a tempestade com mais tranquilidade. Espero sinceramente que meu relato sirva para tranquilizar outras mães e seus familiares, e que tire um pouquinho do peso das costas daquelas que ousam assumir a responsabilidade de nadar contra a corrente.

Não vou nunca cansar de dizer (e agradecer) que o relato e o apoio de outras mães foi fundamental para que eu chegasse até onde cheguei. A terapia floral também foi uma pedra muito importante nessa construção, assim como os cuidados incríveis do Dr.Cacá. Também não poderia deixar de agradecer à minha própria mãe, que embora não tenha conseguido nos amamentar ficou firme do meu lado, aguentou muita pancada da família e dos amigos da área da saúde e filtrou o quanto pode para que as preocupações gerais não chegassem a mim, mesmo estando ela mesma bastante insegura.

Para as que gostam de números seguem abaixo os que tenho. Deixo ainda meu contato pessoal para que aquelas que precisarem se sentirem à vontade em me procurar: pra trocar idéias, desabafar, pedir um colo:

gragarbi@hotmail.com

E muito leite para todas!


Graziela Garbi, em 14/03/2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Encontros para gestantes


Faltam duas terças pra acabarmos o mês, aqui a programaçãso destas, em breve publicaremos a programação para abril. Venham, tragam suas dúvidas e acompanhantes!

As reuniões, que exalam um ótimo astral, estão sempre acompanhadas por doulas e educadoras perinatais,também contam com a presença do Cacá, pediatra neonatologista. A participação é aberta para pais ou quem acompanhar a gestação. Confira os temas para as últimas terças-feiras do mês.

Venha participar, traga também seus próprios temas e inquietudes!

Programação

22/03 – O Bebê no nascimento - com Carlos Corrêa, Cacá (Pediatra Neonatologista)

Fique por dentro dos cuidados com o recém nascido, como conseguir um nascimento humanizado

29/03– Amamentação, primeiro contato – com Andrea Santos (fonoaudióloga, especialista em amamentação)

Contato pele a pele logo após o nascimento, todos os bebês sabem mamar?


Acontecem de 20 às 22hs. Sejam todas bemvindas para tirar dúvidas, compartilhar inquietudes, ou simplesmente, contar suas histórias!

Espaço Nascente: Rua Grajaú, 599 – Próximo ao metrô Sumaré.

Telefone: (11) 3672-6561

quinta-feira, 17 de março de 2011

Uma análise da interpretação musical inspirada pela antroposofia


Débora Letícia Batista

Introdução

A música é a mais nobre dentre as artes. Nela não se identifica qualquer reprodução de idéias dos seres do mundo, no entanto, é grandiosa e majestosa, atuando intensamente sobre o que há de mais interior no homem, onde é compreendida como “linguagem universal ... e reprodução da própria vontade, sendo este o porquê do efeito da música ser muito mais poderoso e penetrante que o das outras artes, pois todas as outras falam apenas de sombras, mas a música fala da essência.” (Schopenhauer, 1819, p.105).

Através do poderoso efeito da música o homem domou as mais terríveis feras, acalmou tempestades e até mesmo removeu árvores e montanhas. Este homem pode ser chamado de Orfeu, mas pode aparecer com outra centena de nomes, nos mitos e épicos de outras civilizações, de Gilgamesh babilônico ao Popol-Vuh maia. Seja lá seu nome, o maior poder atribuído a um homem, nas sagas e lendas, para dominar todas as manifestações da natureza, não é conferido a um orador, ao poeta ou ao príncipe, mas ao cantor. Orfeu com seu canto e sua lira fez com que os próprios Deuses revogassem a mais imutável das leis, resgatando sua amada Eurídice do mundo das sombras, do passado para o presente. Desta forma, ao dominar o grande poder e magia da música, transmitindo sua força “um cantor foi capaz de recuperar o irrecuperável - o tempo.” (Pahlen, 1971, p.1).

O homem que deseja que a música manifeste sua essência através de si, deve compreendê-la desde sua origem, no inaudível, passando por sua manifestação no plano terrestre, até seu retorno para o âmbito do inaudível. Esta aprendizagem, no entanto, não é um processo unilateral em que o cantor executa “uma receita musical”, mas é fruto da interação música/cantor. Nesta interação as forças criativas fluem tanto da música para o cantor quanto do cantor para a música.

A análise do processo de aprendizagem de uma canção aqui apresentada é intuitiva, mas metódica. Não é inédita, pois seus elementos são universais e presentes nos tratados de canto. Seu objetivo é interpretar a aprendizagem musical em seu mais elevado grau de refinamento, quando música e cantor se integram e atuam como um único organismo vivo, resultando em maravilhosas vivências musicais, em que a presença do artista se expande de forma radiante e envolve a audiência, enquanto a música inunda todo o ambiente.

Para clareza na comunicação, a música será analisada desacompanhada de qualquer texto ou conteúdo programático, pois estes interferem na compreensão musical.

Corpo Etérico e Corpo Físico

Artista e música são individualidades únicas. Cada uma delas possui quatro corpos: físico, etérico, astral e 'eu'. O corpo físico do intérprete é a estrutura de seu instrumento, o da música, a partitura ou o som, de natureza puramente física, que atinge o ouvido do cantor.

O 'eu' do artista é protagonista de todo este processo de aprendizagem e o inicia ao coletar material para sua recriação musical, diretamente de uma partitura ou de uma fonte sonora. Podendo, esta última, ser inanimada (gravações analógicas, registros digitais) ou viva (pessoa). A partitura carece de vida própria e será vivificada quando seus códigos e símbolos forem interpretados. Gravações analógicas e registros digitais são veiculados mecanicamente, e, como a voz humana, são transmitidos ao ouvido por ondas sonoras através do ar, meio inerte. Informações fornecidas por estas três fontes permanecem mortas, até que ganhem vida ao serem elaboradas pela força do etérico do artista, perfazendo o corpo físico da música.

O material concreto da música, com informações musicais, é decodificado pelo 'eu' do artista, através da desconstrução e fragmentação do todo. Desta forma seus elementos podem ser 'digeridos', memorizados e interiorizados, amalgamando-se ao cantor, que se usa da força criadora de seu etérico para vivificá-los e, de sua corporalidade para reproduzí-los. “Agrupar sons, uns aos outros, formando um todo, estabelecendo sua molibidade e atribuindo-lhes substância.... lembra a arte de unir diversas cores, de tal forma, que uma bela composição resulte.” (Bérard, 1775, p.120).

A formação e ouvido musical do artista definem o resultado final deste processo, pois muitas vezes ele não reproduz e imita, mas recria e corrige o modelo que lhe foi provido.

A palavra-chave aqui é decorar. Ser capaz de reproduzir prontamente, com a ajuda de seu próprio etérico, cada elemento estrutural da peça, sem titubear, sem inseguranças rítmicas, de afinação ou lapsos de memória.

Quando o artista, em seu fluir etérico, absorve estas informações totalmente e se liberta do componente físico da música, o corpo etérico desta surge e começa a atuar no corpo astral do cantor.

Corpo Etérico e Corpo Astral

Pode parecer paradoxal, mas reproduzir notas não caracteriza uma expressão musical, pois “vida só pode brotar da própria vida... a imitação é inimiga da arte... e não se pode fazer música esculpindo-a numa pedra.” (Lehmann,1945, p.10).

O aparecimento do corpo etérico da música reveste de vida as notas aprendidas, que, deixam de ser repetidas mecanicamente, então, o fluxo musical movimenta-se com vitalidade através do cantor, de forma orgânica, sem tensões. Este fluir ocorre quando o movimento do fraseado musical se encaixa organicamente ao ritmo respiratório do intérprete e ele fica permeado de vida, sem rigidez. Esta corrente sonora revelará as formas primordiais das frases e períodos, delineando e fazendo brotar os contornos musicais mais sutis, quando o “foco mental do artista estiver direcionado para a música e não para os aspectos físicos da execução”. (Chenette, 1987, p.3).

O intérprete integra este movimento do corpo etérico musical enquanto o permeia com as características de seu ritmo respiratório. O fluxo musical, que agora é vivenciado, cria espaço para a interiorização e manifestação de emoções, que são experimentadas inconscientemente. O cantor passa a fruir o fluxo do etérico musical, enquanto seu corpo astral o faz experimentar as emoções, suscitadas por aquele.

Para ser inundado pelo fluxo musical o intéprete deve praticar a melodia através do uso das vogais e ajuda de algumas consoantes [l, r, b, n, m, v, z, r], bem como do fonema [ng] “deixando-o atuar livremente, tentando retrair sua própria força de vontade e de sentimento” (Werbeck, 1969, p.54). Além disso, ele deve seguir apenas a corrente sonora, evitando qualquer tipo de tensão corporal ou facial, pois “o que aprisiona o corpo, aprisiona a voz” (Prazeres, 2003), impedindo-a de expressar as emoções suscitas pelo fluxo sonoro.

Este fluxo sonoro ocorre por um período específico, delimitável no tempo, e, precisa dos corpos do intérprete para existir. Porém, partituras, gravações e registros digitais são auto-suficientes e nunca deixam de conter as informações musicais neles cristalizadas – salvo se destruídos por forças externas. Além disso, ainda que a notação musical ocidental se utilize das mesmas pautas, claves, figuras rítmicas e melódicas, ...

cada partitura dará origem a um fluxo individual, que preencherá contornos específicos, pois a música espiritual do inaudível vai ditando sua imagem para o intérprete, que permite que ela flua através dele.

O ponto chave aqui é “respirar organicamente com o fluxo musical” e, de tal forma, que a respiração possa “seguir seu caminho no inconsciente”. (Werbeck, 1969, p.141). Com isso, o fluxo vital da música desperta o corpo astral do artista, que será remetido a uma atmosfera de sonho e o manterá inconscientemente imerso nas emoções que a música incita.

No momento em que o artista começa a nomear as emoções despertadas pelo fluir musical associado à harmonia, atribuindo-lhes sentimentos, percebe a presença do corpo astral da música, atinge um grau mais elevado de consciência das emoções que a música quer suscitar e avança no processo interpretativo, então, o 'eu' do cantor passa a atuar, estimulado pelo corpo astral da música.

Corpo Astral e Eu

O fluxo musical da etapa anterior é enriquecido pela expressividade musical, através da qual o cantor experimenta uma alteração em sua atitude respiratória, que ganha sentido. Quanto mais rica for a vida anímica do intérprete e sua facilidade em associar sentimentos a sua vivência musical, maior será sua chance de comunicar a mensagem musical a seus ouvintes, compartilhando as emoções que a música quer expressar.

Nesta etapa o ritmo respiratório do intérprete sofre ajustes interpretativos e cada inspiração passa a conter em si mesma, de antemão, a imagem expressiva contida na frase que a expiração seguinte deverá suportar. Ou seja, a inspiração carrega em si a intenção da expressão artística que se seguirá, uma vez que as emoções devem ser primeiro sentidas, para depois serem expressas.

A voz humana transmitida oralmente ou reproduzida mecanicamente também carrega em si fluxo e emoção, que serão incorporados, transformados ou descartados por quem as aprende naturalmente.

A atitude chave aqui é “inspirar a intenção musical antes de expressá-la”, pois quando se identifica e nomeia a emoção, transformando-a em sentimento, pode-se direcioná-la, passando-se para o âmbito do “eu” e permitindo-se que o astral da música seja reconhecido.

A alma como elo de ligação do “eu” com o público

O corpo astral é o portador das sensações e sentimentos, instintos e atividades conscientes e inconscientes. Da interpenetração do “eu” com o corpo astral, (bem como com o corpo etérico e físico) surge o que se denomina 'alma'. É através da alma que se estabelece a ligação entre o eu e o mundo, pois o eu só é capaz de agir e sentir através da alma. (Lanz, 1979, p. 26)

Através das qualidades da alma, o trabalho artístico desenvolvido pelo intérprete poderá, finalmente, ser direcionado para o público. Esta atuação no mundo pode se realizar em três níveis, num continuum progressivo, expressando o grau de amadurecimento e desenvolvimento do 'eu' do artista.

No primeiro deles, a apresentação se realiza guiada pela alma da sensação. Neste caso o cantor, movido pelo corpo astral da música, permanece imerso nas sensações que ele incita e nas emoções que vivencia, transmitindo-as a seu público.

Quando o intérprete apenas frui o fluxo do astral da música, nele se deliciando com seu próprio etérico, vitaliza sua própria atuação, porém, se privilegiar exclusivamente este âmbito, fará com que o predomínio desta vitalidade implique em consciência reduzida, resultando em uma atuação adormecida. Este aspecto pode ser identificado no cantor que move seu corpo, como que dançando, de forma rítmica, totalmente integrada com o fluxo sonoro, mas em conflito com a mensagem musical. “Idealmente o artista deve internalizar a ”dança“ da música para que possa permanecer quieto e cantar de modo poderoso... a ponto de fazer a platéia querer dançar.” (Caldwell, 1995, p. Xii).

Porém, este 'mundo' de emoções que, até então se revelara de forma incontrolada, pode ser vivenciado, sentido, nomeado, selecionado, descartado e incorporado, até que possa ser expresso musicalmente de forma consciente. O cantor, então, pode transmitir as emoções ao público voluntariamente “sentido-as intensamente, ele mesmo”, uma vez que os sentimentos da audiência são despertados pelos nossos próprios sentimentos.” (Garcia, 1894 p. 71).

Mas, se permitir que as emoções, que este fluxo sonoro inspiram, o arrebatem, será dominado pelo seu próprio corpo astral, expressando-se de modo reflexo e instintivo, ficando refém das emoções e sensações que a música pode suscitar e podendo perder o controle de sua própria apresentação musical, transformando-a, desta forma, numa explosão emocional.

Num segundo nível, mais elevado, o artista acrescenta ao aspecto anterior as características do âmbito da alma do intelecto. Neste caso, elaborará detalhadamente os aspectos interpretativos estilísticos, caracterizados pelo fraseado, o andamento e a articulação, atuando sobre e alterando o fluxo do corpo etérico musical, de forma a individualizar a sua interpretação.

Neste tipo de apresentação a música e o artista estão “sob controle”. O resultado final é a precisão técnica e a total coerência com as idéias e filosofias do executante, somadas à grande habilidade, já desenvolvida, de transmitir emoções ao público. Se o nível da alma do intelecto se estabelecer em prejuízo da alma da sensação, a apresentação primará pela técnica, em detrimento da expressão. É necessário, portanto, que cada um destes níveis se “some” ao anterior e permaneçam equilibrados entre si.

No terceiro patamar, o homem, que já domina emoção e técnica se faz consciente de seu papel como intérprete e portador da corrente e do 'eu' musical, sentindo-se responsável pela forma de atuação deste fluxo sobre as pessoas que o recebem, agindo no âmbito da alma da consciência. Ele deverá acrescentar à expressividade e à precisão técnica um sentido ou significado, que implica em tornar-se um verdadeiro portador da mensagem musical. A liberdade do homem está em recriar, mas ao mesmo tempo servir como receptáculo da música, servindo-a humildemente, uma vez que “toda a elaboração de um trabalho de arte demanda o sacrifício de alguma parte do ego do artista” (Lehmann, 1902, p.132).

Então, um maravilhoso fluxo musical jorra de uma fonte inesgotável de energia, emoção e sentido, manifestando-se em um cantor, que não se esforça. Este pulsar vivo permeia o corpo físico do artista, conferindo-lhe integridade e coerência. As interrupções e quebras, se houver, são justificadas musicalmente, de forma a se inserirem num fluxo maior, sempre vivo. Assim, o cantor tecnicamente aquém dos desafios musicais requeridos, pode ser envolvido por este fluir sem tropeços, a ponto de diluir suas dificuldades de execução, pois, “ se há a imagem mental correta e a concentração adequada, o corpo fará tudo o que for necessário para cumprir sua tarefa.” (Corrigan, 1987, p.10).

Pode ser que a intenção do artista “ não seja o que a audiência espera, ou deseja, mas ... sua apresentação possa ter muito significado para ela.” (Caldwell, 1990, p.64).

“E este é o desafio para o cantor do futuro – ir além. Isto significa apresentar-se com a medida certa de desapego, receptividade, sem interferência do ego, estando completamente sincronizado com o pulso da música, centrado, amando o que está fazendo e comunicando este amor ... através de uma apresentação contendo elevada energia vital, vibração e poder para curar tanto o cantor quanto a audiência.” (Bunch, 1982, p.155). Desta forma, o intérprete pode religar a parcela espiritual de seu eu com a espiritualidade universal, através do eu da música.

Considerações sobre texto associado à música

A análise realizada excluiu o texto, pois este possui individualidade própria e expressa “a atividade dos pulmões e da laringe, na qual o processo metabólico ligado ao ar é superado em relação à sua função física e transformado numa manifestação do espírito, da palavra” (Husemann, 2004, p. 114). Porém, “não é suficiente saber cantar bem, saber as regras da arte vocal. é necessário saber como aplicar talentosamente estes preceitos às palavras.” (Bacilly, 1668, p. 127).

O ideal, portanto, é realizar-se a aprendizagem individual de texto e música independentemente, para, numa segunda etapa, sobrepor seus elementos, até que estejam totalmente integrados.

A força do texto pode comprometer a compreensão da música, se apresentar sílabas átonas em tempos fortes, texto de difícil articulação associado a notas agudas ou graves, sons nasais atribuídos a notas extremamente longas, etc. Porém, “nenhum cantor pode ser considerado um grande artista, a menos que tenha boa dicção....que deve atuar como uma moldura para a voz , sem tomar seu lugar. (Tetrazzini & Caruso, 1909, p. 62-63). Deve-se “procurar a correta inflexão de cada sentença e nunca aprender a música antes de dominar o conteúdo verbal ao máximo”. (Kagen, 1950, p.50).

Para se dominar o texto “ trabalha-se com toda a disposição o âmbito das palavras, atingindo a musculatura da língua, lábios, maxilar e palato, ... conquistando as formas plásticas perfeitas de cada fonema, para que eles possam se manifestar com pureza e veracidade” (Werbeck, 1969, p. 54). Mas, ao unirem-se música e texto, este jamais poderá interferir no livre fluir da corrente sonora musical. Desta forma o texto se amálgama ao tom e os dois são expressados no mesmo plano.

O estudo interpretativo de seu significado literário deverá ser realizado. Se o texto for em idioma estrangeiro, a tradução literal de seu conteúdo deverá ser recitada até que fique plena de sentido, independentemente da música. Uma vez unidos texto e música, se delineia a relação do fraseado do texto com o fluir musical, bem como com a harmonia, que pode implicar em ajustes expressivos. Quem decide sobre a interpretação adequada a ser conferida ao texto é o fluir musical associado à harmonia e não a análise literária realizada pelo cantor, ou quem quer que seja. Mesmo que o texto seja aparentemente auto-explicativo, a música pode contradizê-lo. Para o cantor é uma grande benção que assim o seja, pois, “quando não se sabe qual a interpretação adequada para o trecho em questão, basta perguntar à música, que ela sempre responde” (Pelton, 1994).

Referências Bibliográficas

Bacilly, Bénigne de A Commentary upon The Art of Proper Singing. 1668.

Translated by Austin B. Caswell. New York: The Institute of Medieval Music, 1968.

Bérard, Jean-Baptiste L'Art du Chant. 1775. Translated by Sydney Murray.

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Garcia, Manoel Hints on Singing. 1894. Translated from the french by Beata Garcia.

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Husemann, Armin A Harmonia do Corpo Humano: Princípios Musicais na

Fisiologia Humana. Tradução para o português por Mariangela M. Schleyer. São Paulo:

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Kagen, Sergius On Studying Singing. New York: Dover, 1950.

Lanz, Rudolf A Pedagogia Waldorf: Caminho para um Ensino mais Humano. 6a.

Edição. São Paulo: Antroposófica, 1998.

Lehmann, Lilli How to Sing. 1902. Translated by Richard Aldrich. New York: Dover

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Lehmann, Lotte More than Singing: The Interpretation of Songs. 1945. New York:

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Pahlen, Kurt Great Singers: From the Seventeenth Century to the Presente

Day. 1971.

Translated by Oliver Coburn. New York: Stein and Day, 1974.

Pelton, Carmen Comunicação pessoal durante curso “Voice Performance”, School of

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Prazeres, Sonya Site Vozterapia. INTERNET: http://www.vozterapia.com, 2003.

Acessado em 10/04/2007.

Schopenhauer, Arthur O Mundo como Vontade e Representação. III Parte. 1819.

Tradução para o português por Wolfgang Leo Maar. São Paulo: Nova Cultural, 2005.

Tetrazzini, Luisa & Caruso, Enrico The Art of Singing. 1909. New York: Da Capo,

1975.

Werbeck-Svärdström, Valborg A Escola do Desvendar da Voz: Um caminho para a

redenção na arte do canto. 1969. Tradução para o português por Jacira Cardoso, Jacira de

Souza e Mechthild Vargas. São Paulo: Antroposófica, 2001.

Texto elaborado por participante do Curso Antropomúsica.

Baixado do site www.ouvirativo.com.br


Os benefícios da música





Segundo os especialistas, a música harmônica pode provocar, nos seres humanos, oito tipos de efeito:

1. anti-neurótico

2. anti-distônico

3. anti-stress

4. sonífero e tranqüilizante

5. regulador psicossomático

6. analgésico e/ou anestésico

7. equilibrador do sistema cardiocirculatório

8. equilibrador do metabolismo profundo.

Para os estudiosos, a influência da música atinge diversos órgãos e sistemas do corpo humano: o cérebro, com suas estruturas especializadas, como o hipotálamo, a hipófise, o cerebelo; o córtex cerebral, o tálamo, o plexo solar, os pulmões, todo o aparelho gastrintestinal, e sangue e o sistema circulatório (com ação vasoconstritora e vasodilatadora, agindo, portanto, na pressão sanguínea), a pele e as mucosas, os músculos e o sistema imunológico.


O medico polonês Andrzes Janicki, especializado em musicoterapia, após realizar muitas experiências nesse campo, concluiu também positivamente a respeito da influência da música no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático), nas funções de numerosos órgãos internos, na função psíquica e na memória. Tais influências se revelam diretamente nos seguintes aspectos:

· ritmo cardíaco

· pressão arterial

· secreção do suco gástrico

· tonicidade muscular

· equilíbrio térmico

· metabolismo geral

· volume do sangue

· redução do impacto dos estímulos sensoriais

· funcionamento das glândulas sudoríparas redução da sugestionabilidade e do medo.

OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA CLÁSSICA


Desde a antiguidade, a música é utilizada para o bem-estar, elevação espiritual, fins nobres ou terapêuticos. Escritos de mais de 4000 anos na China, Índia, Egito e outros povos relatam isso. Platão (427 a.C.) já afirmava que “A música é o remédio da alma” e que podia transformar o homem e toda a sociedade.

Nos dias atuais comprovam-se, pelas pesquisas científicas, os benefícios que a música clássica, e também músicas instrumentais suaves proporcionam. Elas podem atuar no corpo e mente, como auxiliares no tratamento de várias doenças e também ajudam a melhoram nosso QI .

A música clássica é um meio de restaurar a harmonia do corpo, da alma, e da elevação da nossa consciência. Ela pode ser também auxiliar no combate à negatividade, ao stress e à desequilíbrios psicossomáticos.

A música elevada pode restabelecer a serenidade da mente, pois atua no ritmo e na frequência de nosso corpo. Em ritmos lentos, o corpo escuta-o, e pulsa de acordo com ele, reduzindo o ritmo agitado em que estava. Isso produz um efeito de massagem sonora, diminuindo as tensões.

A boa música atua diretamente no subconsciente, trazendo harmonização e sentimentos elevados, e favorecendo a cura em geral, afirma Dr. Márcio Bontempo. As mudanças que a boa música pode produzir são muito profundas, transcendem a nossa compreensão e podem produzir mudanças até mesmo a nível celular e no DNA, modificando aspectos sutis que desconhecemos.

Também o som de instrumentos musicais como o de pianos, violinos, sopros, etc.., trazem efeitos benéficos para harmonização da saúde física e emocional, de acordo com um estudo realizado pelo psiquiatra inglês, Robert Schauffer.

No Japão, o cientista Dr. Masaru Emoto, realizou uma experiência tocando músicas clássicas próximas à moléculas de água. Em análise microscópica, provou que as moléculas da água se agruparam em forma de belas mandalas. Outra parcela da água, colocada próxima ao som de ritmos de baixa vibração, como o rock, apresentaram formas distorcidas ao serem analisadas no microscópio.

Além dos benefícios citados, certos tipos de música têm um poder adicional de atrair energias elevadas, atuando nos níveis emocional e energético, auxiliando na obtenção de pensamentos e sentimentos elevados.

A música clássica pode também favorecer a um estado de paz, bem-estar e harmonia durante nossas atividades diárias, eliminando padrões negativos de pensamento quando escutadas com frequência. O livro Sons Musicais cita: “A música pode fazer pela alma o que nenhuma atividade perceptível aos sentidos pode realizar” (p.51).

Segundo alguns autores, os grandes compositores teriam sido inspirados a trazer estas melodias que revolucionaram, desde a sua criação, e produziram uma mudança positiva nos padrões desarmônicos vigentes da época.

A Guru e escritora esotérica, Elizabeth Clare Prophet, diz: “Eu alerto a todos que procuram ser verdadeiramente alquimistas do espírito, a procurar as músicas clássicas dos maiores compositores do mundo: Beethoven, Bach, Wagner, Liszt, Mozart (...) e muitos outros.”. (P. Sab. v.13, Nº8)

Estudos constataram que jovens que passaram a escutar músicas clássicas apresentaram melhor capacidade de concentração e aproveitamento nos estudos. O Centro de Pesquisas e Aplicações Psicomusicais da França comprovou o grande efeito benéfico que algumas músicas clássicas produziam como fundos musicais nos ambientes de trabalho. A produtividade aumentou quando passaram a escutar músicas clássicas no trabalho.

Em muitos hospitais dos Estados Unidos utiliza-se a música clássica como auxiliar na cura dos pacientes. As gestantes que escutaram música clássica na gravidez apresentaram uma gestação mais tranquila e os bebês tiveram uma infância mais saudável.

Em experimentos com plantas colocadas ao som de músicas clássicas, constatou-se uma melhora do desenvolvimento das plantas. O mesmo experimento foi realizado com animais, que apresentaram um comportamento positivo à escuta destas músicas, em comparação à outros tipos de ritmos. Enfim existem milhares de experimentos e centenas de livros que atestam estas afirmações.

Se a música clássica traz tantos benefícios, concluímos que a inclusão de sua escuta, no dia a dia, é algo valioso e imprescindível. Devemos, portanto, adquirir este hábito tão saudável a fim de obter uma vida melhor e mais saudável.

Além das músicas clássicas, as valsas vienenses são o ritmo que auxilia na transmutação e energização de pessoas e ambientes. Também são recomendadas ou consideradas neutras, de modo geral (pois há exceções): músicas religiosas, corais, mantras, orientais tradicionais, étnicas, instrumentais suaves, new-age, folclóricas, regionais, marchas, canções populares com letras edificantes; enfim, músicas que elevem a consciência e tragam bem-estar.

De modo contrário, ritmos como o rock, funk e similares; dance e ritmos agressivos atuais, trazem grande nocividade ao corpo e mente, dentre eles; o baixo rendimento escolar, os distúrbios psicológicos e danos à saúde.

As notas-chave podem também ser usadas para relaxamento, ajudando no combate a distúrbios como stress. Sugerimos a escuta de músicas suaves como: Sonata ao Luar; Estrela Vespertina e Parsifal, de Wagner; Ária em G, de Bach; Ave Maria, de Schubert; O Cisne; e tantas outras...

Coloque-se num local apropriado, relaxe e medite, respirando suave e profundamente, durante todo o tempo, com a mente livre de pensamentos. Deixe-se envolver pelas melodias tocadas repetidamente; visualize-se banhado por esta luz sonora que preenche as suas células e o energiza.

Sinta uma profunda sensação de relaxamento, paz e harmonia. Eleve seu pensamento a Deus e visualize-o derramando luz e bênçãos sobre você e sobre as pessoas com quem você convive. Sinta-se envolvido pelo amor Divino, e pelo Espírito Santo, purificando- o, restaurando sua energia e curando-o nos níveis físico e espiritual.

Eleve-se em prece e sinta que esse amor o envolve por completo, em todas as tuas células. Sinta-se uma parte importante da vida; feliz e merecedor de toda a abundância e paz do Universo. Louve e agradeça a Deus por tudo que recebe a cada dia. Permaneça assim por alguns minutos diariamente, meditando pensamentos elevados e visualizando situações positivas em todos aspectos de sua vida.

Com a persistência, estudo e prática, poderemos sentir resultados cada vez melhores. Assim, desejamos que a música o auxilie a obter uma vida com mais paz, harmonia, e com todo o amor e bênçãos que Deus deseja lhe dar.