quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Por que promover o uso do sling?

Existem muitos argumentos a respeito dos benefícios trazidos pelo uso do sling. Citaremos abaixo alguns deles, além de estudos científicos que comprovam esses benefícios proporcionados pelo uso de carregadores de bebês.

Menos choro
Bebês que são carregados no sling choram menos que bebês que não são carregados. Bebês carregados no sling choram uma média de 43% menos que bebês não carregados, e 54% menos durante a noite, segundo o estudo dos pesquisadores Hunziker & Barr (1986).

Mais sono
O balanço, a temperatura, o ritmo do coração e do movimento e a proximidade facilitam o sono e a extensão do sono do bebê, ao reproduzir as condições do útero.

Melhor desenvolvimento do bebê

Alguns estudos realizados revelam que os bebês se desenvolvem mais rapidamente quando carregados. A mãe ou cuidador responde de maneira mais rápida e eficaz às necessidades do bebê. Estar junto a alguém também traz segurança para o bebê, estabelece um vínculo de confiança entre o adulto e o bebê e pode ajudá-lo a tornar-se independente mais cedo, como afirma o estudo realizado pelos pesquisadores Anisfeld et alii (1990).

Por estarem próximos ao corpo do adulto, além de se sentirem mais seguros, os bebês acompanham o ritmo do adulto que o carrega, facilitando a adaptação fora do útero. Isto tem sido especialmente importante no cuidado com bebês prematuros, no cuidado dos quais se utiliza o “método canguru”, em que a mãe do prematuro permanece com seu bebê junto a seu corpo, reproduzindo o ambiente uterino, como explicita o artigo de Ludington-Hoe & Swinth (1996).

O ambiente uterino automaticamente regula o sistema do bebê e o nascimento provoca uma interrupção nesta auto-regulação. O sling ajuda a recriar estas condições fora do útero estendendo esta experiência por mais tempo. Por exemplo, com o caminhar, o som das batidas do coração e da respiração e a temperatura o bebê está sob os mesmos ritmos que o acompanharam na vida intra-uterina. Isto não só traz segurança para o bebê como o “organiza” e o acalma, facilitando até o estabelecimento de rotinas fisiológicas, como sono e amamentação, e ajuda a estabelecer rotinas comuns entre os cuidadores e os bebê.

Bebês que permanecem muito tempo afastados da mãe ou cuidador precisam muitas vezes se “auto-acalmar”, o que pode provocar comportamentos de choro, cólicas, movimentos de se “auto-embalar”, chupar dedo, respirar e dormir irregularmente, entre outros. Bebês que estabelecem estes comportamentos passam mais tempo se acalmando e têm mais dificuldade de se desenvolver e relacionar-se.

Bebês carregados permanecem mais tempo em silêncio e em estado de alerta, e observam o mundo sob uma ótica diferente do lugar de quem o carrega, e não o teto como quando estão no berço, ou os joelhos das pessoas de dentro do carrinho. Por chorarem e reclamarem menos, passam mais tempo aptos a interagirem melhor com o ambiente e com outras pessoas. O sling permite este contato com outras pessoas ao sentirem-se seguras junto ao adulto. Portanto, utilizar o sling é propiciar um excelente ambiente de estimulação para o bebê.

Um bebê carregado participa ativamente da vida ao seu redor, favorecendo a socialização e o pertencimento deste bebê à vida da família, e ao mundo que o rodeia. O ato de carregar estabelece uma parceria implícita entre a criança e seu carregador. A criança ao participar do cotidiano do cuidador, aprende a reconhecer a disposição e os limites que este vive, favorecendo a empatia e a compreensão.

Previne e auxilia na depressão pós-parto
Estar próximo ao bebê pode também previnir ou ajudar casos de depressão pós-parto, facilitando o vínculo entre a mãe e o bebê, como mostra o estudo feito pelos pesquisadores Pelaez-Nogueras et alii (1996).

Traz benefícios físicos para a mãe e para o bebê

Bebês e crianças solicitam colo. O uso do sling permite que isto aconteça com maior conforto para o cuidador. O formato do sling acomoda a coluna do bebê de maneira mais apropriada que o carrinho ou o berço, além de provocar menos dor na coluna do cuidador ao carregá-lo.

O sling é um facilitador

Em São Paulo, é comum ver mães carregarem seus bebês no colo, utilizarem o transporte público, e realizarem tarefas junto a seus bebês. O sling facilita a realização de tarefas, domésticas ou não, já que libera os braços do adulto, auxilia a locomoção e permite estar junto do bebê sempre que este necessitar.
É sabido que as calçadas não são apropriadas para o uso de carrinhos, e o sling ajuda a mãe no transporte do bebê, além de ser superprático. O sling também permite que a mãe cuide dos outros irmãos. Carregando o bebê, a mãe fica livre para dar atenção às outras crianças.

O sling é uma solução que pode ser feita por qualquer um. Basta ter um pano e você já pode ter um sling.

O sling é chique!
O sling pode ser feito de diversas maneiras e com diferentes materiais, portanto, pode se tornar algo muito criativo e versátil.

O bebê pode ser de todos

O uso do sling permite que não só a mãe seja responsável pelo bebê, mas que o pai, irmãos ou qualquer outra pessoa possa dividir esta tarefa e se responsabilizar pelo bebê também. Neste sentido, o sling promove uma maior democracia familiar!

Favorece a amamentação
Amamentar é essencial para garantir a saúde do bebê. O fato de carregar seu bebê cria condições favoráveis para a sustentação da amamentação, pois o sling permite que a mulher articule melhor suas obrigações, e portanto possa realizar a exigente tarefa de amamentar. A proximidade entre mãe e bebê favorece também a opção de amamentar, pois o bebê têm fácil acesso ao seio. Os bebês são alimentados/se alimentam com mais freqüência por passarem mais tempo com a mãe, diminuindo a possibilidade de bebês com baixo ganho de peso. Algumas mulheres inclusive amamentam no próprio sling. Para alguns bebês, amamentar em movimento os relaxa e auxilia na sucção adequada.

Tem muitas utilidades
O sling pode transformar-se em diversos outros objetos como travesseiro, cobertor, trocador e o que sua imaginação criar!

Referências:
Hunziker, U. A. and Barr, R, G. (1986).
Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics, 77, 641-8.
Anisfeld, E., Casper, V., Nozyce, M. and Cunningham, N. (1990). Does infant carrying promote attachment? An experimental study of the effects of increased physical contact on the development of attachment. Child Development, 61, 1617-1627.
Ludington-Hoe SM, Swinth JY. (1996). Developmental aspects of kangaroo care. Journal of Obstetric, Gynecologic, and Neonatal Nursing, 25, 691-703.
Pelaez-Nogueras M, Field TM, Hossain Z, Pickens J. (1996). Depressed mothers' touching increases infants' positive affect and attention in still-face interactions.
Child Development, 67, 1780-92.

Fonte: http://luzdalilith.blogspot.com/