sexta-feira, 31 de julho de 2009

Caldo de Pequenita




Primeiro Banho de balde de Alice, parto no qual tive a delicia e participar. Aqui o relato de Ricardo Toscani extraído do seu blog, Culinária Tosca.


..."Nasceu nos embalos de sábado a noite, na verdade, domingo de madrugada, quando a festa está esquentando.
Partimos para a onda do parto humanizado, uma corrente muito legal, onde a prioridade é o parto normal, sem cortes, anestesias e tudo mais. O único analgésico é uma banheiras com água a 37 graus.
Isto tudo seria feito em minha casa, mas algumas coisas não sairam como planejamos, Alice, assim como seu pai, tem muita sede, gosta de beber, e seu líquido amniotico estava abaixo do esperado para um parto em casa.
Na quinta feira estava em uma pauta e Lucia me liga dizendo, vamos para o hospital, sexta, dia 17, aniversário do meu estimado amigo, colega e irmão Bruno.
Fomos para o hospital que aceitaria nossa condição de parto humanizado, o São Camilo, mas não havia vagas no berçario, em nenhum dos três hospitais da rede, que nosso convênio pagava.
A única solução para o parto humanizado era o São Luiz, apenas ele aceitaria nossa equipe de parto do GAMA, grupo de apoio a maternidade ativa.
Mas o São Luiz, estava longe das nossas posses, o valor do parto é praticamente uma viagem a Europa, mas o bem de quem se ama não tem preço, pelo parto humanizado, pela saúde de minhas mulheres, diga a tesouraria do São Luiz que fico, pois como diria o sábio filósofo Tim Maia:
"Quando a gente ama, não pensa em dinheiro."
Lucia teve que induzir o parto, na verdade quem induziu foi a doutora Andrea. Fomos para o nosso quarto as 16 horas, hora que começou o trabalho de indução, depois de acertar tudo com a tesouraria, claro. Por volta das 19 horas chega nossa doula, Ana Cris que começa com as massagens, e cuidados para um bom parto.
Então depois de 36 horas de medicamentos que antecipam contrações, Lucia foi para a banheira do delivery, lá estava eu, Dra Andrea, que me passa uma paz por ser parecida com a Jessica (uma colega minha de faculdade, a primeira a ser mãe de minha turma), Ana Cris e o pediatra Cacá, além de uma trilha sonora primorosa tocando no nosso I-pod, sucessos de Roberto Carlos, Mutantes, Jonhy Cash, Doors, Beatles, Stones, Ronnie Von, Bowie e muitos outros.
Mas gatinha estava fraca e nossa Alice não pode nascer na água, fomos para então para cadeira de parto, nesse momento fiquei nas costas de Lucia, eu era um encosto, dos bons, dando todo apoio, contando piadas internas, cantando as músicas baixinho no seu ouvido, canalizando a inutilidade masculina nessa situação em uma coisa boa, positiva.
Pois se você é homem se acha uma pessoa útil no mundo, espere até sua mulher ficar grávida.

Vocês não tem idéia da felicidade que tomou conta de mim quando ás 00:49 do dia 19 de julho nasceu Alice, ao som de Jefferson Airplane, My Best Friend, depois Jorge Ben com Eu Vou Torcer.

Foi tudo muito mágico, a melhor e maior sensação da minha vida.
Nenhuma droga, comida, sexo, (bom isso não posso afirmar com tanta propriedade, pois a concepção de Alice, aaaaahhhh), enfim, dá o barato do nascimento de um serzinho tão especial.
Com cordão e tudo foi entregue em nossos braços, ficamos com ela por longos quinze minutos de muita fama. E eu cortei o cordão no final, os médicos fazem isso para que a gente não se sinta tão inútil.
Ainda há muito o que contar, mas como disse, essa é uma breve história."...