Há uma sabedoria em identificar as doenças infantis dessa forma. A criança como ser mais integrado “corpo e alma” deverá passar por situações de crise “orgânica / física” como estratégia de crescimento. Ficar doente e ter febre gera uma desorganização corporal que possibilita a reorganização, ou seja, crescimento.
Quando a tem que fazer a adaptação do sei ritmo biológico com sua rotina, ou seja, comportamento social pode surgir o adoecer. Esse é um dos motivos que isso faz pensar o porquê das crianças adoecerem quando começam a ir para escola. Será uma experiência grupal aonde a individualidade terá que conviver com a sociabilidade.
O choque entre as necessidades pessoais e as demandas grupais pode gerar um conflito que se expressará na forma de doença infantil. E assim, depois de resolvido o conflito, geralmente por meio de febres, haverá um crescimento como ser social, adaptando-se a isto. Portanto, apesar do curto que o processo tem, me parece positivo.
Algumas épocas do ano são mais favoráveis às doenças, pois surge mais um elemento, o “clima”. Este solicita interações rítmicas da criança, como dormir, comer, descansar, que poderão entrar em choque com sua rotina.
Desta forma quando o clima muda, muda o ritmo, mas a rotina geralmente não. Para se adaptar pode surgir à expressão física do conflito: Adoecer!
Chamo a isso de dores da vida, pois faz parte do crescer.
Texto: Dr. Carlos Eduardo Corrêa (Cacá)